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12 DE OUTUBRO DE 2023

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julgamentos a começar em 2024 ou em 2025, quando deveriam ter começado em 2022? Ainda mais: como é que os oficiais de justiça vão recuperar as diligências que ficaram adiadas?

Estamos perante uma das carreiras mais envelhecidas da Administração Pública, com impactos óbvios no absentismo. Se juntarmos ao absentismo a incapacidade da renovação dos quadros e o facto de se tratar de uma carreira muito pouco atrativa, temos os ingredientes perfeitos para que os tribunais não consigam ter as engrenagens suficientes e essenciais para o seu funcionamento.

Temos uma justiça paralisada, incapaz de dar resposta, incapaz de dar certeza e segurança jurídica aos cidadãos, o que comporta um grande obstáculo à criação de riqueza e à atração de investimento, de que o nosso País tanto precisa.

Sr.as e Srs. Deputados, o problema dos oficiais de justiça e das suas condições de trabalho é semelhante ao problema de tantas outras carreiras da Administração Pública. Não se tem em conta a autonomia das instituições, a especificidade da prestação de trabalho e a individualidade de cada posto de trabalho.

O novo Estatuto dos Funcionários de Justiça, que demorou anos a ver a luz do dia, e o plano plurianual que foi apresentado e aprovado em Conselho de Ministros são as soluções que a Sr.ª Ministra da Justiça encontrou agora para atirar o problema para debaixo do tapete.

Estamos realmente expectantes para ver qual vai ser o efeito prático destas soluções e gostaríamos também de saber qual é a visão do Bloco de Esquerda relativamente a estas soluções, já que foi o Bloco de Esquerda que trouxe o tema dos oficiais de justiça hoje a debate. Estamos, até, um pouco surpreendidos com as diversas críticas que fizeram ali, do púlpito, porque nos parece que se estão a esquecer que foi o Bloco de Esquerda que esteve a apoiar o Governo.

O Sr. Presidente (Adão Silva): — Tem de concluir, Sr.ª Deputada. A Sr.ª Patrícia Gilvaz (IL): — Vou concluir, Sr. Presidente. Como estava a dizer, foi o Bloco de Esquerda que esteve a apoiar os vários Governos de António Costa e

que acabou por ser cúmplice no arrastar destes problemas. Aplausos da IL. O Sr. Presidente (Adão Silva): — Agora, para responder a estes três pedidos de esclarecimento, tem a

palavra o Sr. Deputado Pedro Filipe Soares. O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Sr. Presidente, muito obrigado às Sr.as Deputadas pelas perguntas que

fizeram. Permitam-me que a resposta se foque nas questões do problema específico dos oficiais de justiça. Creio que

eles merecem, por um lado, que não desviemos a atenção para outros aspetos… O Sr. Pedro Pinto (CH): — Não interessam! O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — … que não o da revisão do estatuto e, por outro lado, que não nos

limitemos à lógica parlamentar da trica partidária, porque, na verdade, é muito mais o respeito que eles nos deveriam merecer do que estarmos aqui a perder-nos com acusações e com a politiquice normal, que é trivial no Parlamento, mas que não deveria ser.

No que toca aos oficiais de justiça, permitam-me usar a expressão que também foi utilizada por eles, e que a Sr.ª Deputada Paula Cardoso referiu, sobre o tal novo suplemento, que não seria um suplemento, mas parte do salário — prometia a Sr.ª Ministra! Contudo, afinal, é um suplemento. Isto tem consequências práticas, pois significa que só é pago de forma eventual e não no salário, não conta para efeito de reforma — e, por isso, levará a reformas mais baixas — e, por exemplo, não tem nenhum impacto, caso as pessoas estejam doentes, estejam em licença de maternidade ou paternidade. Por isso, na verdade, fragiliza as pessoas que o recebem, porque não é uma garantia de remuneração.

Será que a Sr.ª Ministra não sabia disto?! Não, ela sabe, porque, na 1.ª Comissão, utilizou exatamente o mesmo argumentário que eu estou agora a utilizar. Por isso, o que é estranho é que a Sr.ª Ministra, tendo dito