I SÉRIE — NÚMERO 11
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O Sr. Rui Tavares (L): — Terminarei muito brevemente, Sr. Presidente. Estamos num período em que há líderes autoritários dispostos, como dizia, a jogar todas as cartas e em que,
daqui a pouco tempo, a Europa se pode encontrar sozinha, rodeada de líderes autoritários e com um líder autoritário na Casa Branca.
O Sr. Filipe Melo (CH): — Olha que às 20 horas temos de ir embora! O Sr. Presidente: — Muito obrigado. O Sr. Rui Tavares (L): — Por isso, apelemos, a partir de Portugal, a que a Europa saiba defender a solução
dos dois Estados e que, num momento mais difícil, nunca a abandone. Aplausos do PS. O Sr. Presidente: — O Sr. Deputado tem um pedido de esclarecimento. Para formulá-lo tem a palavra o Sr.
Deputado Francisco César, do Grupo Parlamentar do PS. O Sr. Pedro Pinto (CH): — Para quê? O Sr. Francisco César (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, já muito foi dito sobre esta matéria,
mas nunca é demais expressar a solidariedade e as sinceras condolências ao povo israelita e a todos aqueles que foram afetados pelos bárbaros ataques que foram perpetrados no passado sábado em Israel. Apresentamos as nossas sinceras condolências.
Condenamos estes atos terroristas, porque é de atos de terror que se trata, e não há autodefesa de um povo que justifique o ataque a civis, a mulheres, a crianças, a idosos indefesos. Portanto, sobre esta matéria, não há «mas», não há dúvidas nenhumas da condenação do Partido Socialista, em relação a este atentado e a estes acontecimentos.
Mas se é verdade que fazemos esta condenação, também reiteramos que Israel tem direito à sua autodefesa,…
O Sr. José Moura Soeiro (BE): — E os palestinianos? O Sr. Francisco César (PS): — … tem o direito de retaliar os bárbaros ataques a que foi sujeito. Mas, mesmo
esta autodefesa e esta retaliação devem cumprir um conjunto determinado de regras do direito internacional, e que Israel, enquanto país que detém uma democracia, deve cumprir.
O Sr. José Moura Soeiro (BE): — Eles ocupam todo o território! O Sr. Francisco César (PS): — Mais importante do que falar da guerra, é importante como nós nos
comprometemos com a paz. E sobre isso, revemo-nos nas palavras do Secretário-Geral da ONU: «É hora de acabar com este círculo vicioso de armamento, de sangue e ódio e de polarização.»
Mesmo nas alturas mais difíceis e, sobretudo, nas alturas mais difíceis, devemos evitar realizar ações irreversíveis que encorajem os extremismos e condenem as possibilidades de uma paz duradoura. E é nesta altura mais difícil, que devemos ter o bom senso de pautar a ação de retaliação e de autodefesa pelo respeito do direito internacional, para que Israel possa ver as suas legítimas necessidades de segurança materializadas e para que os palestinianos possam ter uma perspetiva clara para o estabelecimento do seu próprio Estado.
A paz só se faz com o reconhecimento do direito a Israel existir por parte dos seus vizinhos e dos seus vizinhos árabes; mas também pelo direito e pelo reconhecimento à autodeterminação do povo palestiniano. E isto só poderá ser feito através da resolução do conflito israelo-palestiniano, através de uma solução de dois Estados, e com base nas fronteiras de 1967.
Aplausos do PS.