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I SÉRIE — NÚMERO 14

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da parte do Bloco, nem do PCP; existe, seguramente, uma oposição, provavelmente, à posição do Governo e

uma discordância minha relativamente à posição deles, como é normal que aconteça em democracia.

O Sr. André Ventura (CH): — Já na Ucrânia foi igual!

O Sr. Primeiro-Ministro: — Mas o Sr. Deputado precisa, verdadeiramente, de criar uma manobra de

diversão, porque sabe que sem diversão não vai lá. Não vai! Não, não vai lá!

Protestos do CH.

O Sr. Deputado, em matéria fiscal, conhece os dois lados do balcão. Durante anos, trabalhou do lado certo

do balcão, na Autoridade Tributária, representando os interesses do Estado, afirmando a legalidade fiscal e

combatendo a fraude fiscal. Depois, cansou-se, meteu licença sem vencimento e foi para o outro lado do balcão.

Aplausos do PS.

O Sr. André Ventura (CH): — Por isso conheço os dois lados, ao contrário de outros!

O Sr. Primeiro-Ministro: — Deve ser precisamente por conhecer os dois que lhe ficou esse hábito do

«gamar».

Aplausos do PS.

Mas, Sr. Deputado, nós iremos ter brevemente o debate do Orçamento do Estado e, até lá, o Sr. Deputado

pode preparar-se, pode encontrar argumentos que sejam passíveis de discussão e reconduzir-se ao nível

próprio do debate parlamentar em democracia.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado André Ventura.

O Sr. André Ventura (CH): — Sr. Presidente de algumas bancadas deste Parlamento,…

Protestos de Deputados do PS.

… Sr. Primeiro-Ministro, agradeço que tenha reconhecido que eu, ao contrário talvez do Sr. Primeiro-Ministro,

trabalhei várias vezes na vida, não fiz cartão político a vida toda.

Aplausos do CH.

As pessoas sabem bem, sabem bem, Sr. Primeiro-Ministro, quem trabalhou, e tal, e quem andou com o

cartão do PS às costas durante o tempo todo, sendo Ministro, Secretário de Estado do Guterres, do Sócrates,

de todos, e tal, a ver quem é que dava que era para a coisa funcionar.

Portanto, Sr. Primeiro-Ministro, não sei de quem é que está a falar, mas a terceira mão acho mesmo que

existe. Não é o setor privado que tem a terceira mão, Sr. Primeiro-Ministro. Se há terceira mão em Portugal, e

digo-o cara-a-cara, não são os privados que trabalham e que gamam. Se há terceira mão em Portugal, é dos

políticos e é daqueles que, em Portugal, têm destruído o nosso sistema democrático.

Aplausos do CH.

Protestos do PS, tendo os Deputados batido com os pés no chão.