I SÉRIE — NÚMERO 14
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O Sr. Pedro dos Santos Frazão (CH): — Não há médicos de família!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Isso implica, necessariamente, uma nova metodologia de encaminhamento e de
referenciação, para que as pessoas possam ter a assistência de que necessitam o mais próximo possível da
sua casa, ou seja, na sua unidade local de saúde, para não terem a necessidade de ir ao hospital. Foi isto que
eu disse.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado André Ventura.
O Sr. André Ventura (CH): — Sr. Presidente de algumas bancadas, Sr. Primeiro-Ministro, apenas me cingi
a dizer o que o Sr. Primeiro-Ministro tinha dito, aparentemente. Se não foi bem assim, o Sr. Primeiro-Ministro
pode sempre tentar desmentir.
Protestos do PS.
Mas acho que há uma coisa que o Sr. Primeiro-Ministro não desmente: temos 1,6 milhões de portugueses
sem médico de família. Portanto, entrou no Governo a dizer «eu vou resolver o problema dos médicos de família»
e, neste momento, temos 1,6 milhões de pessoas sem médico de família. Onde é que está o problema?! O
problema, só o vejo estar num sítio: está neste conjunto de homens e mulheres que estão à minha frente e que
são uns incompetentes a gerir o País!
Aplausos do CH.
É assim que eu vejo, não vejo outro!
Sr. Primeiro-Ministro, mais dinheiro do que nunca… Deixe lá o Canal História e a RTP (Rádio e Televisão de
Portugal)! Isso ficará para outro dia, para quando já não houver PSD e o Chega já tiver ocupado esta zona toda.
Risos do PSDe do CH.
Aí, discutimos isso. Agora, deixe lá essa parte de «no tempo do Passos, no tempo do Cavaco». Um dia,
vamos ver António Costa e Eurico Brilhante Dias a falar aqui da Guerra Colonial, da II Guerra Mundial, e suspeito
que ainda vou ouvir o Sr. Primeiro-Ministro António Costa dizer que a culpa de Portugal estar como está é da
queda do Império Romano, antes da Idade Média.
Risos do Deputado do CH Pedro Pinto.
Penso que não é assim, Sr. Primeiro-Ministro. O Sr. Primeiro-Ministro governa há oito anos, tem despejado
dinheiro atrás de dinheiro no Serviço Nacional de Saúde, há menos médicos vinculados, há 1,6 milhões de
portugueses sem médico de família e, este fim de semana, vamos ter nove hospitais encerrados! As urgências!
Que diabo! E o Sr. Primeiro-Ministro vem aqui dizer que está tudo bem e que está a fazer o possível?! Então,
onde é que anda a pôr o dinheiro?!
O Sr. Presidente: — Tem de concluir, Sr. Deputado.
O Sr. André Ventura CH): — Vou concluir, Sr. Presidente.
Como estava a dizer, anda o Sr. Primeiro-Ministro a despejar dinheiro no Serviço Nacional de Saúde e as
pessoas chegam ao seu centro de saúde, em Caminha, na Guarda, no Algarve, em Braga, nos Açores, na
Madeira, e vêm tudo fechado!