26 DE OUTUBRO DE 2023
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Medidas, Sr.ª Deputada, que foram recebidas com violência por proprietários e por todos aqueles que se dedicam ao investimento imobiliário. Medidas que foram alvo de um veto presidencial e de oposição por toda a direita.
Protestos de Deputados do CH. Lembro que 120 Deputados defenderam, por exemplo, o arrendamento coercivo. Tudo reivindicações que
eram da esquerda, mas perante as quais as bancadas da esquerda desertaram. O Sr. Pedro Pinto (CH): — É verdade! Andaram a enganar as pessoas! A Sr.ª Maria Begonha (PS): — Agora, quero salientar que, mesmo afirmando as suas diferenças, o Bloco
de Esquerda podia também ter convergido nas reivindicações que sempre foram da esquerda. Protestos de Deputados do CH. O Bloco de Esquerda, ainda que ao lado dos movimentos que se têm mobilizado pelo direito à habitação —
e bem! —, podia ter reconhecido que houve avanços no que a Sr.ª Deputada identifica como o grande flagelo deste País, que é o problema da liberalização do mercado.
A Sr.ª Deputada já ouviu as bancadas da direita. Pergunto-lhe: há sequer comparação com o discurso do Partido Socialista e com as políticas do Partido Socialista, que quer que a habitação seja um pilar do Estado social?
Aplausos do PS. Protestos do Deputado do CH Bruno Nunes. Sr.ª Deputada, não vou repetir que o Partido Socialista está a fazer o maior investimento e a maior reforma
pública de sempre neste País, porque o Bloco de Esquerda já se retirou do debate de defender reformas e medidas de médio e longo prazo.
O Sr. Paulo Rios de Oliveira (PSD): — São uns ingratos! O Sr. António Prôa (PSD): — Reformas que não se fazem. Já estamos à espera há alguns anos! A Sr.ª Maria Begonha (PS): — O problema do Bloco de Esquerda é a falácia de: «Nós vamos resolver a
crise da habitação hoje e já!» O problema não está no mérito das propostas do Bloco — algumas — nem no facto de defendermos soluções
diferentes. O problema está na falácia de dizer que pode prometer ao País que o Bloco de Esquerda resolvia a crise da habitação — hoje, dia 25 de outubro, e já! —, em vez da honestidade intelectual de admitir o que sabemos, isto é, que não há nenhuma proposta isolada que possa resolver a crise da habitação de um dia para o outro.
Sr.ª Deputada, se não queremos estar aqui daqui a 10 anos a ter o mesmo debate e a atuar com medidas de apoio de emergência devido à crise social, naturalmente que vamos ter de fazer reformas que não se fazem de um dia para o outro.
Aplausos do PS. O Sr. Bruno Nunes (CH): — Seis anos de relação acabam assim! A Sr.ª Presidente (Edite Estrela): — Para responder a estes três pedidos de esclarecimento, tem a palavra
a Sr.ª Deputada Mariana Mortágua.