I SÉRIE — NÚMERO 19
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Vai subir o IUC, mas quantos veículos tem o Estado português anteriores a 2007? Mais de 50 %! Também vai pagar o IUC desses veículos? Vai acabar com esses veículos e renovar mais de 50 % da frota? Não vai, pois não, Sr. Ministro? Não faça às famílias portuguesas o que não faz dentro do seu Governo.
O Sr. Pedro Pinto (CH): — Muito bem! O Sr. Filipe Melo (CH): — Em relação à TAP, há mais uma contradição. Espero que o Sr. Ministro assuma
também o mesmo que o Sr. Primeiro-Ministro, que esteve aqui, há umas semanas, a dizer que se equivocou, que foi um lapso. Como é que o Sr. Ministro nos explica que pretende alienar pelo menos 51 % da companhia e que vai manter a gestão estratégica e o hub da empresa? Mas qual será o doido do empresário que vai investir milhares de milhões — assim esperemos — para ter o retorno do que os portugueses lá meteram e ficar sem o controlo estratégico da companhia?
Sr. Ministro, ninguém o vai fazer, mas, se o fizer, agradeço que, também hoje, nos diga quem será. Em relação à habitação, outro tema caro, e sabendo que a Sr.ª Ministra da Habitação foi protegida de falar
neste debate, porque é um tema sensível, pergunto-lhe: Sr. Ministro, porque é que não teve a coragem, a audácia, de pôr a banca a suportar esta dificuldade que as famílias estão a passar, que é real e que o senhor sabe que é real?
Vozes do CH: — Muito bem! O Sr. Filipe Melo (CH): — Porque é que não pôs a banca a contribuir? Foram estes portugueses que
contribuíram, durante dois anos, para salvar a banca, com milhares de milhões de euros. Não estava na altura de haver o reverso da medalha e ser a banca a salvar os portugueses que estão a passar fome,…
O Sr. Pedro Pinto (CH): — Bem lembrado! O Sr. Filipe Melo (CH): — … que estão a viver na rua, que estão a viver em tendas, que se veem privados
dos filhos por estarem a viver em tendas? Estava na altura, Sr. Ministro, de ter essa coragem política de o fazer, mas não o faz. Não o faz, porque
não há coragem política para reformar, não há coragem política para enfrentar os poderes que estão instalados dentro da banca. O senhor não teve essa coragem.
O Sr. Pedro Pinto (CH): — Muito bem! O Sr. Duarte Alves (PCP): — Votou contra! O Sr. Filipe Melo (CH): — E, com isso, está a adiar por dois anos o problema destas famílias. Daqui a dois
anos, estas famílias vão pagar o que não estão a pagar agora, acrescido deste valor! Isto é empurrar com a barriga. E sabe porquê, Sr. Ministro? Porque você sabe, tão bem como nós, que,
daqui a dois anos, provavelmente já não estará no Governo e outros, tal como nós, vão ficar com a batata quente na mão.
Aplausos do CH. O Sr. Presidente: — Para um pedido de esclarecimento, em nome do PS, tem a palavra o Sr. Deputado
João Castro. O Sr. João Azevedo Castro (PS): — Sr. Presidente da Assembleia da República, Sr. Primeiro-Ministro,
Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados, o Orçamento do Estado para 2024 é, também, um bom Orçamento para a Região Autónoma dos Açores, pois considera a realidade existente, prioriza as dificuldades e aponta soluções exequíveis.