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I SÉRIE — NÚMERO 25

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precisa de um investimento na modernização das nossas empresas, focado no aumento da produtividade e competitividade, vital para vencermos os desafios da internacionalização.

Neste sentido, a mensagem e os propósitos do PSD são claros, muito claros: o PSD é amigo do investimento; com o PSD, os investidores não precisam de um amigo do Governo para investirem em Portugal.

Aplausos do PSD. O Sr. Presidente: — Para intervir, em nome do Bloco de Esquerda, tem a palavra a Sr.ª Deputada Joana

Mortágua. A Sr.ª Joana Mortágua (BE): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Independentemente dos casos que

estão na justiça e sobre os quais a justiça deve agir, o Bloco de Esquerda sempre denunciou um modelo económico baseado em megaprojetos, megaprojetos que escondiam atrás de um biombo de transição energética, de criação de emprego, de atração de investimento, a destruição ambiental, a destruição dos interesses das populações, a sustentabilidade.

Sempre dissemos que não valia tudo. No data center não valia tudo. Não valia a destruição de zonas protegidas, como já veio dizer o relatório do ICNF; não valia um investimento daquela natureza com aquele impacto sem o conhecimento do seu impacto ambiental; não valia chamar de interesse nacional projetos a que deram via verde, projetos imobiliários de luxo — os famosos PIN (Projetos de Interesse Nacional) da lei criada por Sócrates, depois aprofundada por Passos Coelho, da Comporta à Herdade do Pinheirinho, alguns dos quais em que até se suspeita de favorecimento de Manuel Pinho ao GES (Grupo Espírito Santo), projetos estes que, longe de beneficiarem o interesse nacional, sempre beneficiaram, sim, o interesse imobiliário de uma elite económica —; não valia, na lei das minas, querer excluir zonas protegidas e querer excluir a proteção ambiental. Aquilo que a lei das minas, proposta pelo PS, pretendia era um bar aberto para escavacar o território em Portugal.

Nós tentámos travar essa lei, tentámos proibir a mineração em zonas protegidas e exigir estudos ambientais, mas no dia em que essa lei foi debatida, o Chega não esteve presente,…

O Sr. José Moura Soeiro (BE): — Pois é, faltou! O Sr. Pedro Pinto (CH): — A gente trabalha! A Sr.ª Joana Mortágua (BE): — … e no dia em que foi votada uma proteção ambiental adicional para as

zonas protegidas no caso da mineração, o Chega absteve-se. Portanto, não é demais questionar o súbito interesse do Chega na proteção ambiental. Não é um amor de

verão; é um amor de outono. Eu consigo até datá-lo: parece-me que o interesse do Chega pela proteção ambiental nasceu exatamente no dia 7 de novembro, porque, tanto quanto eu me lembro, ainda há pouco menos de um ano, o Chega defendia furos de petróleo na costa portuguesa.

A Sr.ª Isabel Pires (BE): — Ora bem! O Sr. Pedro Pinto (CH): — Onde é que isso está escrito?! A Sr.ª Joana Mortágua (BE): — Portanto, não é certamente o ambiente que os move. Talvez sejam os

amigos. Risos do Deputado do CH Pedro Pinto. O Sr. Deputado André Ventura há pouco falou dos amigos, porque entre os amigos do Chega, entre

apoiantes, financiadores do Chega, há gente muito rica: há grandes advogados, há acionistas da Quinta da Marinha, há pessoas em negócios com o Banif, com Vale do Lobo,…