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I SÉRIE — NÚMERO 25

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A Sr.ª Inês de Sousa Real (PAN): — E bem! Ou seja, 1 milhão de árvores abatidas, é claro que é um choque e um atentado ambiental, mas há que ser coerente no momento de votar e acompanhar este tipo de propostas.

Efetivamente, o PAN, não concorda com este tipo de operação, acha que a mesma é censurável, mas há que passar das palavras aos atos…

O Sr. Bruno Nunes (CH): — E sobre a corrupção?! A Sr.ª Inês de Sousa Real (PAN): — … e não estar aqui apenas com promessas eleitorais. Promessas

eleitorais, leva-as o vento. Na hora de votar, verificamos que, de facto, não estão ao lado das iniciativas e não as votam favoravelmente.

O Sr. Pedro Pinto (CH): — Por isso é que o PAN tem 2 %! O Sr. Presidente: — Para intervir em nome da Iniciativa Liberal, tem a palavra o Sr. Deputado Bernardo

Blanco. O Sr. Bernardo Blanco (IL): — Sr. Presidente, à justiça o que é da justiça, sim, mas parece-me também que

o que já é público permite tirar uma conclusão política que temos tentado tirar desde o início, a de que a redução da burocracia desincentiva este tipo — se se provar! — de esquemas.

Só há mercado para contactos que facilitam porque também, muitas vezes, há quem complique. Temos visto isso várias vezes, quando se chumbam muitos projetos de redução de regras ridículas. Mesmo quando o Governo tentou simplificar algumas coisas, muitas vozes, de uma ponta à outra, se levantaram.

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Chama-lhe «simplificar»! O Sr. Bernardo Blanco (IL): — O facto de haver regras para tudo e mais alguma coisa também faz com que

os próprios decisores tenham medo de decidir, e isso parece-me muito mau para o desenvolvimento do País. Até porque, na maioria das vezes, há tantas regras que os próprios decisores nem sabem que regras estão a incumprir.

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Coitadinhos dos decisores! A Sr.ª Joana Mortágua (BE): — Isso é gente muito indecisa! O Sr. Bernardo Blanco (IL): — Por isso, um primeiro ponto político é o de que a burocracia, sim, desincentiva

o desenvolvimento e incentiva compadrios. O Sr. Bruno Dias (PCP): — A atrapalhação da IL neste debate é quase freudiana! O Sr. Bernardo Blanco (IL): — Neste caso, obviamente, o problema não reside nos investimentos, como

acho que estamos todos de acordo, mas sim nos alegados favorecimentos a certos investidores e até a certos negociadores — e aqui, sim, queria falar de Lacerda Machado, agora ex-melhor amigo de António Costa, que está constantemente neste tipo de situações.

Não fiquei muito surpreendido com esta quantia que, alegadamente, Lacerda Machado recebeu para prestar contratos que afinal não tinham nada a ver com advocacia, porque já na comissão de inquérito à TAP ele dizia que pagava 1,6 milhões de euros a Fernando Pinto para dar conselhos, sem qualquer prova de trabalho, que era algo normalíssimo e até era pouco. Por isso, o alargamento dessa prática a estes projetos de energia, sinceramente, não me surpreendeu.

Quanto ao resto dos casos, não me vou pronunciar. A justiça certamente irá seguir o seu caminho, mas queria tirar três conclusões finais.

A primeira é a de que a necessidade destes projetos e a relevância dos mesmos não deve ser manchada por este caso.