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II SÉRIE - NÚMERO 39

A experiência recente tem mostrado que os mesmos aspectos permanecem em cada período de crise, agravados e agravando-a, esbatendo-se enganadoramente nos períodos de recuperação.

A situação actual é, em larga medida, um resultado das alterações estruturais que se foram produzindo ao longo dos anos 70, de entre as quais a questão energética assume uma relevância muito particular, como ficou referido em 1.1. O período de 1981 a 1985 corresponderá a uma etapa de reajustamento estrutural, que viabilizará ou não um sistema económico reconfigurado em novas bases e cujos contornos são ainda dificilmente previsíveis.

Assim, não se torna fácil estabelecer quantitativamente previsões para o período que medeie entre 1981 e 1985. Fazê-lo com alguma segurança implicaria dispor de hipóteses de evolução em campos como sejam os preços da energia, as condições a oferecer pelo mercado de matérias-primas em geral e a evolução da concorrência internacional, com o posicionamento de novas potências industriais fora da OCDE.

Seria ainda necessário prever a forma como o sistema monetário internacional se irá adaptar às mutações e, designadamente, qual o papel que o ouro nele irá desempenhar.

Consequentemente, é muito precário reter previsões quantitativas para além do ano próximo; e mesmo estas são baseadas em hipóteses com alguma fragilidade, como se verá adiante, no capítulo 6.°, ao tratar-se da evolução da conjuntura mundial em 1980 e perspecti-vações para 1981.

7 — Não obstante as dificuldades a que se acabou de fazer referência, a OCDE fez um esforço no sentido de estabelecer cenários de evolução económica a médio prazo, pressupondo a verificação de diferentes hipóteses.

Assim, dois cenários se afiguram possíveis para o período de 1981-1985, situando-se ambos num quadro de crescimento moderado. Mais do que a quantificação, interessará reter destas duas alternativas as tendências de evolução, face aos anos anteriores.

QUADRO III OCDE —Sote principais países (*)

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(•) EUA, Japão, RFA, Franca. Reino Unido, Itália o Canadá. Fonte: OCDE.

As metas correspondentes ao cenário de crescimento mais rápido (veja a hipótese Hi, no quadro m) parece não serem fáceis de atingir. De facto, por um lado, aquela hipótese implicaria que a percentagem do investimento privado (excluindo habitação) no PIB aumentasse 3 % entre 1978 e 1985. Por outro lado, a taxa de crescimento global do [produto para a zona da OCDE emplacaria que mos Estados Unidos, Japão e Alemanha se atingisse praticamente uma Situação de pleno emprego, o que poderá ser demasiado ambicioso. Em contrapartida, as tensões inflaccionistas intensificar-se-iam, em particular na parte final do período, devido às políticas expansionistas que seria necesário pôr em prática.

O cenário de crescimento mais lento (veja a hipótese H2, no quadro iii) parece poder considerar-se, nas circunstâncias actuais, a evolução mais favorável das economias da zona da OCDE. Nesta hipótese, o PIB cresceria anualmente um pouco menos que no caso do primeiro cenário — cerca de 1,25 % menos. O nível de investimento necessário pata suportar o cenário parece compatível não só com a tendência passada, mas com as reais possibilidades dos países. Pressupõe-se a hipótese de uma melhoria gnadual dos termos de troca a favor da zona da OCDE e a manutenção do preço (real) do petróleo, isto é, uma estabilidade da relação entre o preço do petróleo e os preços dos produtos manufacturados exportados pelos países industrializados da OCDE. Este cenário permitiria o

crescimento da economia num quadro de menores tensões inflacionistas.

Sondo o cenário de crescimento lento aquele que se revela mais provável de atingir no médio prazo, convém sublinhar alguns dos seus aspectos negativos. Refiram-se os casos do emprego (a OCDE continuara a verificar taxas de desemprego elevadas); do comércio externo (aspecto a desenvolver «o parágrafo seguinte) e da posição financeira externa (os pequenos países poderão não estar em situação de ver melhorar os seus défices correntes, podendo assistir-se mesmo a uma deterioração este domínio).

8 — Em matéria de relações comerciais a escala mundial, as previsões disponíveis para o período de 1980-1985 apontam para:

Crescimento das exportações superior ao das im-pxmtações no caso dos países tmriustrialzados e em vias de desenvolvimento não produtores de petróleo;

Crescimento das importações superior ao das exportações no caso dos países de economia centralizada;

Forte crescimento das importações relativamente às exportações no caso dos países produtores de petróleo. Contudo, o ritmo de crescimento da importação previsto para o período de 1980-1985 é marcadamente inferior ao verificado entoe 1970 e 1980.