O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

2268

II SÉRIE - NÚMERO 54

transformadora; tendência para a diminuição da eficiência marginal do capital; acréscimo do risco, derivado da incerteza quanto à envolvente política e económica;

Balanças de pagamentos deficitárias; não obstante as possibilidades de controle e ajustamento das transacções correntes, a dinâmica dos movimentos de capitais assume natureza muito mais instável; a possibilidade de superar a restrição externa dependerá da cooperação entre os países na gestão da interdependência económica mútua;

Tensões inflacionistas geradas pela evolução dos preços da energia e matérias-primas industriais, pela depreciação das taxas de câmbio, pela interferência da criação de liquidez monetária internacional na massa monetária de cada país e pelas perturbações nos mecanismos do investimento.

Atendendo às tendências de evolução dos preços relativos aos factores de produção — trabalho, capital e energia —, também o padrão de crescimento económico deverá evoluir diferentemente das últimas duas décadas, em que o baixo preço relativo da energia e do capital (diminuição artificial pela inflação) conduziram a investimentos de capacidade/modernização com acréscimos rápidos de produtividade. Contribuirão ainda para este novo padrão de crescimento económico as inovações tecnológicas, nomeadamente no domínio do tratamento da informação e da organização, as novas concepções em matéria de trabalho e tempos livres e a elevação do nível educacional médio da população activa.

O estudo da OCDE Interfuturs estabelece alguns cenários de evolução mundial até ao fim do século xx. O seu interesse não reside nos valores projectados, mas antes no contributo que fornece à compreensão da incidência qualitativa do reforço ou enfraquecimento de certas tendências actuais ou previstas e da sua interacção.

Tais cenários caracterizam-se por:

Cenário A. — Gestão colegial dos interesses e dos conflitos no seio dos países desenvolvidos; liberalismo comercial acrescido; participação cada vez maior no Terceiro Mundo nas trocas económicas internacionais; crescimento económico sustentado, sem rápida modificação de valores, nos países desenvolvidos; convergência na evo-

lução das produtividades relativas destes países.

Cenários BI, B2 e B3. — Hipóteses idênticas para as relações entre países (desenvolvidos e em vias de desenvolvimento) e de cada grupo com o outro, crescimento económico moderado paia as economias desenvolvidas, caracterizado, na variante BI, par rápida mutação de valores de consenso, porquanto há uma transformação do conteúdo da «produção social» (lato sensu); pelo contrário, nas outras variantes não se regista evolução sensível de valores acoite ■unanáme-menite e a moderação de crescimento provém mais de dificuldades de adaptação estrutural (nos planos nacional e internacional) do que — tal como acontece em BI — de uma posição voluntarista.

Canário C. — Caracteriza-se por um esforço de gestão colegial por parte dos .países do Norte, que acentuam a liberalização intragrupo das trocas económicas; caracteriza-se igualmente per crescimento moderado sem modificação de valores no seio desses países e por ausência de convergência das produtividades, uma vez que a ruptura norte/sul afecta de forma não homogénea as grandes zonas da OCDE.

Cenário D. — Caracteriza-se pela fragmentação do grupo dos países desenvolvidos e pelo ressurgir do proteccionismo com o aparecimento de zonas de influência centradas em três pólos: Estados Unidos, comunidades europeias e Japão. Estas zonas incluem conjuntos regionais (à escala continental) dos países em vias de desenvolvimento; o desenvolvimento dos fluxos comerciais e de capitais faz-se, de forma preferencial, no seio dessas zonas. A estas hipóteses junta-se a de um crescimento moderado, resultante em parte da destabilização das comentes de trocas. Pelos mesmos motivos que no cenário C não há convergência nas produtividades.

Diferentes hipóteses são utilizadas para construir os cenários, relativas à cooperação entre os países da OCDE e entre o Norte e o Sul, e outras complementares que se prendem aos ganhos da produtividade, ao reforço ou (redução dos obstáculos ao comércio internacional e às transferências de recursos financeiros do Norte para o Sul. Admite-se que os preços da energia conhecerão um aumento progressivo, mas a taxa varia de cenário para cenário:

QUADRO N.° 5 Definição dos cenários «Interfuturs»

"VER DIÁRIO ORIGINAL"