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9 DE NOVEMBRO DE 1984

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de administração Sr. Capitão Tomás Rosa, os trabalhadores da EIC decidem dar conhecimento da actuação deste gestor a todas as entidades directamente relacionadas com o processo da empresa, com vista a reforçar o pedido de exoneração apresentado em 21 de Setembro de 1984 a S. Ex." o Sr. Ministro de Estado-Adjunto do Primeiro-Ministro Dr. Almeida Santos. Entendem os trabalhadores que actos de gestão que conduzem a situações como a presente, não podem ser ignorados.

Criando sistematicamente relações conflituosas irreversíveis com todos os quadros responsáveis e assessores (exemplos: director do Departamento Administrativo e Financeiro, Dr." Teresa Pereira, directora de Produção, Sr. Marques Couto, director-adjunto do Departamento Administrativo e Financeiro, Sr. Carlos Seromenho e assessores técnico e jurídico), afasta todos os profissionais habilitados.

Aotualmente todos os lugares-chaves no funcionamento da empresa estão divididos entre si e a pessoa de sua inteira confiança Sr. Engenheiro Sousa Santos (veja-se anexo i) que, como é evidente, não poderão manter a empresa em laboração porque não dominam os seus mecanismos.

São bem fundamentados os receios dos trabalhadores mesmo no que diz respeito à possível utilização arbitrária dos fundos de tesouraria dado que anteriormente o Sr. Capitão Tomás Rosa deu instruções para:

1) Que a sua remuneração fosse processada num

escalão superior ao estipulado por lei, não tendo ainda reposto a diferença recebida em excesso (conseguindo desta forma ter os salários em dia);

2) Que fosse pago parte do subsídio de férias

ao seu colaborador Sr. Sousa Santos, numa altura em que os trabalhadores da empresa têm 3 meses de salários em atraso (e consequentemente os subsídios de férias);

3) Que os valores recebidos pelo correio relacio-

nados com a Revista de Marinha (publicação da Empresa) deixassem de ser registados, e deixassem de cumprir o circuito normal de controle da empresa, ficando sem qualquer controle;

4) Pagamentos privilegiados aos seus colaborado-

res directos (caso de 2 advogados que têm os seus honorários em dia);

5) O consumo de gasolina, da viatura alugada

à empresa, em utilização particular fosse pago pelos utilizadores sem que até à data tenha efectuado qualquer pagamento.

II — A dinâmica da gestão

Na verdade não podemos afirmar que a gestão do Sr. Capitão Tomás Rosa não tenha sido dinâmica. O conjunto de directivas, comunicados e despachos (num total de 275) é de tal modo impressionante pelo seu volume e pela reviravolta que provocaram na orgânica du empresa que nos fizeram sentir parte de um estranho mini-ministério imaginário —o pequeno giibinete onde funciona a secção de pessoal com um único trabalhador está decorado com um imponente organigrama do Ministério do Trabalho que serve de modelo— prova cabal da sua incapacidade de se adap-

tar e de respeitar as regras existentes que poderiam não ser as melhores, mas que eram funcionais nesta pequena Empresa que se dedica a uma actividade muito específica onde é exigido o conhecimento do ramo, do mercado e das condições de trabalho.

Numa firme recusa ao contacto directo com os trabalhadores, fechado no seu gabinete, este gestor goza o prazer que lhe dá elaborar leis, dispondo das pessoas e dos cargos como se jogasse uma partida de xadrez, até que toda a Empresa fique completamente desorganizada e quase paralisada, veja-se como exemplo o anexo n onde se torna claro que o objectivo não é criar um sector operacional mas sim fomentar a confusão e a instabilidade.

Como é óbvio, este sector revelou-se absolutamente improdutivo.

Ill — Breve análise sobre as ordens emanadas ou: como uma centena e mela de trabalhadores esgotados de tanto esperar por uma solução se viram completamente desorientados com tão pródiga legislação.

Mais de 60 despachos referem-se a nomeações e transferências de pessoal, a maioria dos quais voltou à situação inicial. (Algumas nomeações foram válidas por períodos inferiores a 1 semana.)

Mais de 25 despachos destinam-se a criar cargos ou secções e outros tantos organizam ou mencionam secções que nunca funcionaram.

Alguns exemplos:

Secção dos Assuntos Sociais (mereceu 6 despachos) — nunca funcionou;

Comissão Consultiva (mencionada em 6 despachos) — funcionou 2 vezes;

Consultadoria (mencionada em vários despachos) — não existe;

Gabinete de Apoio à Comissão de Análise — ninguém sabe o que é;

Gabinete Autónomo de Comunicação Social, posteriormente Gabinete Editorial — entretanto extinto;

Gabinete Técnico de Orçamentação (não contém um único trabalhador da empresa).

Foram elaborados pelo menos 6 despachos sobre circuitos de orçamentação, cada um alterando o anterior.

Alguns cargos:

Di rector-adjunto do Departamento Produtivo — extinto;

Director-adjunto do Departamento Comercial — extinto;

Director-adjunto do Departamento Administrativo e Financeiro — extinto.

(Mais alguns exemplos de transferências no anexo ui).

IV — Graves erros de gestão

Ter permitido a substituição de 2 letras do iornul O País, avalizadas e protestadas por falta de liquidação, por outras letras sem qualquer aval ou gar.miia de pagamento, com o máximo desprezo pela salvaguarda dos interesses da ETC.