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22 DE FEVEREIRO DE 1986

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no Dicionário Geográfico, do Padre Cardoso, feita em 1758 pelo então reitor Mathias de Sousa Menezes. Possui património histórico-cultural, representado, entre outros, pelas antigas Capelas de S. Bento, Nossa Senhora da Carreira e Bemposta, pelos restos da Igreja Românica, demolida há alguns anos atrás, que se encontram na cripta da nova e ampla Igreja, e ainda cases solarengas como as de Vila Boa e dos Vasconcelos e Castro, etc. Famílias ilustres aqui estão ligadas, entre as quais se destaca a de Luís Machado Guimarães, o barão de Joane, e onde estreitos laços familiares se prendem a personalidades importantes como o ilustre ex-Presidente da República, Doutor Bernardino Machado.

Situada junto à estrada nacional que liga Vila Nova de Famalicão a Guimarães, sensivelmente a meio destas duas cidades (a 11 km de cada uma), é envolvida por uma cintura industrial em franco progresso, não apenas dentro dos seus limites geográficos, mas sobretudo nas freguesias circunvizinhas de Pousada de Saramagos e Mogege, onde se destaca a Fábrica Rio Pele, entre outras.

Ao lado da indústria é ainda significativo o peso das explorações agrícolas dos arredores desta povoação.

Com os seus 4062 cidadãos eleitores, possui uma razoável gama de estruturas e equipamentos colectivos, a saber:

Posto médico; Farmácia; Casa do povo;

Junta de Freguesia, em edifício próprio; Transportes públicos colectivos, várias vezes por dia;

Estabelecimentos comerciais, dos mais variados

géneros; Restaurantes e vários cafés; Agência bancária; Dois jardins-de-infância; Quatro escolas primárias oficiais; Uma escola do ciclo preparatório oficial; Uma escola secundária oficial; Distribuição de correio;

e ainda:

Uma concorrida feira semanal (ao sábado); Um quartel de bombeiros; Um posto da Guarda Nacional Republicana; Um parque de jogos;

Um clube de futebol que milita na 3." Divisão Nacional etc.

Pelo exposto se verifica que esta povoação possui todos os requisitos previstos na Lei n.° 11/82, de 2 de Junho, para ser elevada à categoria de vila.

Nestes termos, os deputados do PSD abaixo assinados apresentam o seguinte projecto de lei:

ARTIGO ÚNICO

A povoação de Joane, do concelho de Vila Nova de Famalicão, é elevada à categoria de Vila.

Assembleia da República, 28 de Janeiro de 1986.— Os Deputados do PSD: Virgílio Carneiro — Fernando Conceição.

PROJECTO DE LEI N.° 132/IV

ELEVAÇÃO DA POVOAÇÃO DE RIBEIRÃO, DO CONCELHO DE VILA MOVA DE FAMALICÃO, A CATEGORIA DE VILA

A freguesia de Ribeirão, do concelho de Vila Nova de Famalicão, fica situada na margem direita do rio Ave, é atravessada pela estrada nacional que liga Braga ao Porto e dista da sede do concelho 8 km a sudoeste. Foi, e ainda é, uma fértil zona agrícola, tendo sofrido nos últimos anos um relevante surto industrial, onde trabalha um número razoável dos seus habitantes, além de muitos outros exercendo o seu labor na contígua freguesia de Lousado, onde se situa, entre outras, uma das mais importantes indústrias do País, a Fábrica de Pneus Mabor.

Vários documentos medievais fazem referência a esta terra, com designações várias, bastando para tanto consultar a obra de Avelino de Jesus Costa O Bispo D. Pedro e a Organização da Diocese de Braga, vol. n, e verificar documentos relativos às seguintes datas:

1097 — «Ribulo Ave et arrugio Arriani [...]

illa ecclesia de Ribulo Ariani»; 1103 — «de ecclesia de Sancto Mamete de Ryo-

vayram»;

1122 — «juxta foce de Rivarim [...] illa ecclesia

de Rivariam»; 1220 — «De Sancto Mamete de Rio Veiram»; 1258 — «In collarione Sancri Mametis de Rivo

Veyram»;

1320 — «Ecclesia Sancri Mametis de Rio Aiiran

ad duçentas libras»; 1371 — «Ecclesia Santi Mametis de Rio Vayram

in primo triennio IX libras X sólidos IV de-

narios»; Etc, em 1400, 1528 e 1551.

Veirão parece ter sido o nome do ribeiro que tem nascente em Pedrus Negras e corre do norte a sul a freguesia, o que justificará o topónimo desta terra. Pertenceu ao julgado de Vermoim. foi uma abadia da apresentação do Mosteiro de Santo Tirso e mais tarde passou a reitoria independente.

Toda a terra de Vermoim, da qual, como ficou dito, fazia parte Ribeirão, cru dominada por vasta «classe aristocrática pertencente à melhor fidalguia do Reino», no dizer do padre Heiijamirn Salgado em Vila Nova entre dois íoruis, mas havia também, segundo o mesmo atittxr. «unia classe média numerosa constituída por herdadores ou proprietários, então como hoje base e condição da mtrlhoT prosperidade económica», como se confirma pel:» lei tura das Inquirições. Há aí paróquias em que o rei possuía casais e Ribeirão era, porventura, uma onde o monarca possuía grande número nesta zona (15 casais). Há ainda referências interessantes a esta freguesia no Dicionário Geográfico de Portugal (do padre Cardoso, no Arquivo Nacional da Torre do Tombo), feitas em 1758 pelo então reitor Manoel Tey.ra Mor.a.

Também consta que uma senhora de nome D. Gon-tinha, ou Gonsinha, moradora junto do rio Ave, terá feito doações em Ribeirão por volta do século xi e a cujo nome estará porventura ligada a ponte