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II SÉRIE-A — NÚMERO 8

1.2 Economia Portuguesa

Portugal integra o grupo fundador do Euro, culminando com sucesso a política de convergência, traduzida no pleno cumprimento dos critérios estabelecidos no Tratado de Maastricht para a qualificação dos Estados-membros da UE na terceira fase da União Económica e Monetária. A credibilidade da estabilidade do Euro permitiu evitar o efeito contágio da crise asiática nos mercados financeiros da área do Euro, constituindo-se assim num factor positivo na estabilização da economia internacional. Os efeitos dos eventos da Ásia nos fluxos comerciais entre a Europa e a Ásia oriental e o Japão poderão, no entanto, afectar indirectamente a actividade económica em Portugal embora o nosso país seja dos menos expostos dos Quinze.

A descida da inflação e das taxas de juro, para os melhores níveis da UE, foi alcançada no quadro do novo período de expansão da actividade económica registada nos anos mais recentes e que deverá reforçar-se no corrente ano, para o qual se estima uma taxa de crescimento real do PIB de 4,2 por cento (que compara com 2,9 por cento da UE). Em termos comparativos, merece destaque o reforço do diferencial de crescimento em relação à média da União Europeia, o qual, em 1998, dever-se-á situar-se em 1,3 pontos percentuais (1,1 por cento em 1997).

A inflação registou até Julho, uma evolução desfavorável influenciada por factores de índole temporária. Todavia, a partir de então a tendência de crescimento dos preços inverteu-se, sendo de destacar a descida n» mês de Setembro. As remunerações per capita continuam a registar crescimentos acima da inflação, influenciando a evolução dos preços dos bens não transaccionáveis. No entanto, dada a melhoria na produtividade, os custos unitários terão progredido moderadamente.

Concomitantemente, registou-se um aumento do emprego e um decréscimo do desemprego, nomeadamente dos jovens. As taxas de desemprego diminuíram desde o último trimestre de 1996 e os fluxos de ofertas de emprego cresceram significativamente em 1997 (24,3 por cento) e nos primeiros sete meses de 1998 (24,9 por cento em termos homólogos). As colocações efectuadas pelos Centros de Emprego registaram também significativos aumentos (18,4 por cento em 1997 e 20,9 por cento até Julho do corrente ano).

A taxa de utilização da capacidade produtiva na Indústria Transformadora registou aumentos importantes e os stocks de produtos acabados na Indústria Transformadora no primeiro semestre do corrente ano têm sido inferiores aos períodos homólogos de 1997.

Os dados disponíveis relativamente às Finanças Públicas confirmam o forte crescimento das receitas fiscais e das contribuições para a Segurança Social, o crescimento esperado das despesas, nomeadamente as de capital, e a redução das necessidades de financiamento do Sector Público Administrativo. As medidas de consolidação entretanto adoptadas permitirão assegurar uma redução do défice global compatível com os compromissos assumidos nos Conselhos Especiais da UEM. O peso da dívida pública no PIB no final do corrente ano será inferior a 60 por cento e próximo de 58 por cento.

1.2.1 Procura

Em 1998, a procura interna deverá evoluir favoravelmente, ainda que em ritmo menor que no ano transacto, facto que decorre principalmente de uma desaceleração do investimento que não foi inteiramente compensada pela aceleração do consumo privado.

Por seu turno, ao nível externo, destaca-se a boa performance das exportações, a par de uma ligeiramente desaceleração das importações, melhorando significativamente o contributo do sector externo para o crescimento económico.

Quadro 1-2 Despesa Nacional

(taxas de crescimento em volume, em percentagem)

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O primeiro semestre de 1998 evidenciou um forte dinamismo do consumo privado, estimando-se um crescimento real de 3,6 por cento para o conjunto do ano (estimativa de 2,8 por cento em 1997). Este dinamismo decorre de um clima de crescente confiança dos consumidores, associado a uma evolução favorável do rendimento disponível real, devida quer a melhorias no mercado de trabalho, com continuidade de ganhos de poder de compra salarial, quer à descida das taxas de juro, que baixou o custo associado ao crédito a particulares e reduziu restrições de liquidez associadas aos encargos com o endividamento por aquisição de habitação. De realçar ainda, o facto de, em 1998, o dinamismo ocorrer também ao nível do consumo de bens não duradouros dado que, em 1997, apenas se verificou no consumo de bens duradouros.'

A atestar o dinamismo vivido neste período, registe-se a forte recuperação das vendas de automóveis ligeiros de passageiros novos (incluindo veículos todo-o-terreno) que, nos primeiros nove meses de 1998, cresceram 16,5 por cento face a idêntico período de 1997 (-2,2 por cento em igual período de 1997).

Gráfico 1-2 Indicadores de Consumo

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sre - saldo das respostas efectivas; vcs - valores corrigidos sazonalida; mm3m - média móvel dos últimos 3 meses. Fonte: INE.