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1407 | II Série A - Número 036 | 29 de Abril de 2000

 

to. Situada num monte do extremo oriental do concelho, esta freguesia encosta-se à margem esquerda do rio Douro, ficando a poente com a freguesia de Olival, a nascente com Santo André de Lever e a sul com Sandim.
Cruzando a área oriental está o rio Uíma, afluente do Douro, que tem o seu curso orientado de sul para norte.
Esta freguesia dista cerca de 14Km da sede de concelho. Tem, aproximadamente, 5000 habitantes, sendo 2536 recenseados e distribuídos pelos seguintes lugares: Areai, Barroco, Burgo, Caramona, Carvalhosa, Casal, Casalinho, Castanheiro, Cêpo, Cimo da Aldeia, Colégio, Cruzeiro, Devesa, Esteiro, Fioso, Fonte, Fontinha, Igreja, Lage, Lagoa, Marão, Murça, Pena, Penedo, Picôto, Praia, Quinta da Velha, Ribeiro, Sobral, Torrão, Touças e Vessada.

II - Contributo histórico

Há boas razões para creditar que a fixação de comunidades humanas no território, que hoje é a freguesia de Santa Marinha de Crestuma, recue, no mínimo, aos alvores da metalurgia (III milénio a.C.).
Conforme refere Américo Costa in Dicionário Chorográfico de Portugal Continental e Insular, de 1948, "(...) talvez seja Crestuma a região da bacia umense que melhores tradições conserva da cultura antiga. Esclareçamos, da civilização romana e romano-portuguesa (...) a sua brilhante cultura medieval não poderia compreender-se, na verdade, sem elos com a civilização romana e pré-romana (...) e onde há mediavalismo bem acentuado há romantismo profundo (...). Víamos no topónimo Crestuma, uma aglutinação de Castro por Castro e Uma, forma antiga de Uíma (...) além de Crestuma, nós sabíamos de outras vozes reveladoras de antiguidades na freguesia, tais como: Burgo, voz germânica, relacionada com o grego purgos "torreão", Cepo, do latim cippus "altar" Lage, vocábulo pré-romano, Moledo do latim mollis "elevação", Murça, Pena e Picôto do certa (...)".
Aliás, de acordo com o descrito na Verbo - Enciclopédia Luso-Brasileira de Cultura, de 1971 "(...) A sua toponímia é expressiva: Crestuma chamava-se, no século X, Crastumie (de "Castro" e "Uima" hoje Uíma - nome do rio que por aqui passa); Pena (de sentido arqueológico castrego e tb. Documentado já no século X); Fioso (do arcaico "fêoso" - latino fenosu...); Burgo (que se crê relacionado com a existência local do mosteiro, que antes da nacionalidade, foi muito notável) (...)".
Com base nos estudos de arqueologia, etnologia e história de Arlindo de Sousa, "(...) A literatura medieval documenta a confirmação do couto de Crestuma de D. Afonso Henrique ao bispo de D. Pedro Rabaldis, sucessor de D. Hugo. Num rol das freguesias dos julgados da Terra de Santa Maria da Feira, em que se paga e em que não se paga portagem. Elaborado por Fernão Lopes, em 1453, baseando-se nas Inquirições de D. Dinis, de 1288 (...)".
Também a obra citada de Américo Sousa refere que esta freguesia se governava "(...) por un juíz ordinário, que é também dos orphãos, almotacé e coudel-mór, cuja jurisdição não se estende ao crime, por pertencer à jusrisdição da villa da Feira (...)".
Segundo as obras de Francisco Barbosa da Costa, a freguesia de Santa Marinha de Crestuma abrangia "... o lugar de Arnellas, S. Martinho, Seixo Albo e S. Miguel, lugares estes da freguesia de Saanta Maria de Olival, que he o que comprehende o âmbito deste Couto de Creztuma (...)". "(... )Julga-se que o primeiro couto a extinguir-se teria sido o de Pedroso (...) o de Crestuma, ao que se diz, teria só desaparecido em 1567, com a morte do seu último comendatário (...) então, as suas rendas e os chamados fóros passaram para a Coroa, quando o convento foi suprimido (1759) (...). Em 12 de Maio de 1834, após as lutas liberais e com a reforma administrativa, a mesma Crestuma foi feita concelho, mas passado pouco mais de uma ano, em 19 de Outubro de 1835, acabou por extinguir-se, entregando Grijó todo o seu arquivo (...)".
Relativamente ao património histório-arquitectónico, na freguesia de Santa Marinha de Crestuma pode-se destacar o Castro de Crestuma. Referenciado, em 1935, pelo Prof. Mendes Correia, este voltaria a ser alvo de notícia, em 1957, por Arlindo de Sousal que o identifica pela uniformidade da topografia castreja.
Actualmente, o Castro está transformado no diminutivo de Castelo, num monte, a formar como que uma península, na confluência dos rios Douro e Uíma.
É também de Crestuma, possivelmente do Castelo, o fragmento de uma inscrição funerária da época romana tardia, baixo-imperial, que terá sido inicialmente recolhida nos jardins da família Morais e que, actualmente, se encontra, segundo Gonçalves Guimarães, soterrada nos terrenos da Companhia de Fiação de Crestuma.
A igual situação se tem assistido em relação aos demais túmulos e sepulturas encontradas. Que cavadas nas fragas de vários tamanhos, isoladas ou em grupos, "(...) estão quase sempre situados fora das muralhas (...)" (conforme escreveu Dr. Leite Vasconcelos).
Também o Mosteiro de Santa Marinha de Crestuma assume grande relevância histórica. Noticiado no ano de 922 quando "(...) D. Ordonho, Rei de Leão e os grandes da sua corte fizeram doação do mosteiro de Castrumire (em attenção a D. Gomado, bispo de Coimbra, que se tinha recolhido a este mosteiro) do seu couto de jurisdição (...) foi nessa ocasião que o Rei deu ao mosteiro o couto e jurisdição de Castrumire, a villa e o couto de Fermêdo e outras muitas terras e rendas (...) os Condes Lucidio Vimarães, Rodigro Luci e outros fidalgos da comitiva do Rei também doaram a este mosteiro grande número de villas e mosteiros (...)" (Américo Costa - Obra citada).

III - Condições sócio-económicas

A actividade económica da freguesia de Santa Marinha de Crestuma distribui-se da seguinte forma: cerca de 70% da população activa centra-se no sector secundário, 25% no sector terciário e, apenas, 5% no primário.
Relativamente ao sector primário releva o minifúndio e a agricultura de subsistência, ocupando a actividade piscatória uma percentagem mínima desta actividade.
É sem dúvida o sector secundário que ocupa a maior fatia económica desta freguesia, predominante ao nível dos ramos têxtil, cartonagem e papel, candeeiros, carpintaria, fundição, serralharia e construção civil.
- Neste sector podemos destacar:
Fundição da Buraca;
Cunha & Cunha, Ld.ª;
Pereiras & Barbosa;
Joaquim Vidal de Oliveira;
Joaquim Ferreira da Silva;
Joaquim Machado Ribeiro;
Alberto Ferreira dos Santos Evaristo;
Manuel Fernandes Moreira;
JOLOFE - Joaquim Ferreira Lopes;
J. M. Meireles Sousa, Ld.ª;