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74 | II Série A - Número: 045 | 11 de Março de 2010

os problemas de mobilidade e parqueamento que surgirão e poderiam ser evitados com a manutenção dos dois serviços de finanças em Viseu.
O consenso que a manutenção do Serviço de Finanças de Viseu 2 em funcionamento assumiu no concelho é outros dos factores a referir. A força da argumentação em defesa deste serviço é tal que permitiu a aprovação na Assembleia Municipal de Viseu, por unanimidade, de uma moção contra o encerramento do serviço.
Assim, ao abrigo das disposições constitucionais e regimentais aplicáveis, o Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda propõe o seguinte projecto de resolução: A Assembleia da República recomenda ao Governo a manutenção do Serviço de Finanças de Viseu 2 em actividade.

Palácio de São Bento, 16 de Abril de 2010.
Os Deputados e as Deputadas do BE: Pedro Filipe Soares — Fernando Rosas — Heitor Sousa — Cecília Honório — Helena Pinto — Catarina Martins — Mariana Aiveca — Rita Calvário — Pedro Soares — Ana Drago.

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PROJECTO DE RESOLUÇÃO N.º 76/XI (1.ª) CENTENÁRIO DA PROCLAMAÇÃO DO DIA INTERNACIONAL DA MULHER

O Dia Internacional da Mulher foi instituído há exactamente 100 anos através da proposta apresentada pela então socialista Clara Zetkin na 2.ª Conferência Internacional de Mulheres, realizada em Copenhaga, facto que a Assembleia da República assinala por esta forma solene.
Dia concebido como um dia de manifestação pela emancipação das proletárias e pelo sufrágio universal.
Sufrágio que, segundo a própria Clara Zetkin, seria um cheque em branco se desacompanhado da liberdade económica, sufrágio cujo valor seria, aliás, enfatizado pelas feministas americanas e inglesas, que se reclamavam como herdeiras de Mary Wollstoncraft.
Clara Zetkin, cujo nome ficará indelevelmente ligado ao dia 8 de Março, depois de propor a institucionalização de um Dia Internacional da Mulher «como uma grande jornada internacional de luta das mulheres e suas organizações de classe (políticas, sociais e sindicais) contra a exploração, por direitos políticos e sociais, por melhores salários, contra a guerra, proporia, no 3.º Congresso da Internacional Comunista, que aquele dia fosse o dia 8 de Março. Dia heróico só comparável ao dia dos trabalhadores, dia 1 de Maio.
Mas se é verdade que Clara Zetkin, desde o início, enfatizaria o significado da opressão da mulher pelo sistema capitalista (sistema que, diria Clara, é responsável pelo prolongamento da jornada de trabalho, é responsável pelo facto de o trabalho das mulheres não ser sinónimo das riquezas da sociedade, ou seja, do bem estar de cada um dos seus membros, mas somente do aumento do lucro de um punhado de capitalistas e, simultaneamente, de uma pauperização maciça e crescente) se isto é verdade, verdade é também que Clara Zetkin não se esqueceu das mulheres burguesas e falou-nos das aspirações das mesmas a uma vida intelectual e ao desenvolvimento da sua individualidade, considerando inteiramente justificados os esforços das feministas burguesas na partilha do desenvolvimento da cultura moderna.
E foi em belas palavras recordando Ibsen e a sua Casa da Boneca que Clara Zetkin falou das burguesas que não queriam mais ser bonecas nem estar na Casa das Bonecas. Quais «Noras» lutando pela sua felicidade e dos seus filhos, aí as temos também, se não irmanadas com a luta das proletárias, pelo menos trazendo a essa luta também a força de uma outra opressão, a opressão da felicidade.
Mas se isto é assim, a verdade também é que das suas «Conversas com Lenine» resulta a importância da revolução socialista de Outubro que abriria verdadeiramente o caminho para a completa igualdade social da mulher.
Clara Zetkin, mulher de todos os tempos, companheira de Louise Michel na Comuna de Paris, legítima herdeira de Olympe de Gourges, fala-nos hoje ainda das mulheres desempregadas. Daquelas que se contam nos 11% da nossa taxa de desemprego feminino. Fala-nos das mulheres que ganham menos do que os