O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

19 DE ABRIL DE 2017 139

pela OCDE como um dos exemplos assinaláveis em oportunidades de investimento. Lastimamos que tenhamos

caído oito lugares no ranking mundial da competitividade, comparativamente a 2015.

Fica confirmada a responsabilidade “desta maioria” na criação de uma situação de bloqueio, abrandamento

económico, desconfiança e incerteza dos agentes económicos.

b) Competitividade e Industrialização

Portugal ao longo dos últimos anos tornou-se um país mais voltado para as exportações. Se avaliarmos as

exportações de bens e serviços, seguindo os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), podemos concluir

que existiram crescimentos homólogos em 2013 (6,9%), em 2014 (4,3%), em 2015 (6,1%) e em 2016 (4,4%). É

assim possível vislumbrar que, durante um determinado período de tempo, existiu preocupação com a

sustentabilidade económica das empresas, tendo em vista o aumento da sua competitividade. Contudo, hoje,

para além da matéria da desburocratização e redução dos custos de contexto, que merece uma secção própria

neste projeto, há ainda três matérias que significam um entrave ao aumento da competitividade empresarial.

Estamos a referir-nos a: financiamento, carga fiscal e custos energéticos.

Os dados divulgados este mês pelo Banco de Portugal demonstram que a banca está a conceder menos

crédito às empresas. Segundo aquela instituição, durante o mês de fevereiro foram concedidos 1.831 M€ em

novos créditos para as atividades empresariais. Este é um número apenas comparável com cenários de

cedência de crédito de há mais de 14 anos, significando que as medidas do PNR que visavam o financiamento

empresarial não foram eficazes.

É verdade que as questões relacionadas com a banca e com a supervisão bancária saltaram para as

prioridades dos portugueses, à medida a que fomos assistindo a sucessivas intervenções e problemas em

diferentes instituições bancárias. É evidente que grande parte dos problemas que hoje são visíveis, têm a sua

origem na década de 00 e no tipo de supervisão, ou ausência dela, que então tivemos. O assunto é complexo,

mas isso não nos dispensa, muito pelo contrário, de procurar soluções e encontrar formas de corrigir erros que

continuam a subsistir. O CDS-PP apresentou um conjunto de propostas concretas para melhorar a supervisão

existente, propostas essas que estão já em fase de discussão na especialidade, no Parlamento.

Sobre investimento importa ainda referir que muito está por fazer. Para o CDS-PP esta é uma matéria

importante, já que muitas vezes a competitividade internacional que afeta a decisão de investimento das

empresas está depende dos benefícios que possam ser obtidos em sede fiscal. A promoção de incentivos

destinados aos agentes económicos, e voltados para o investimento e a internacionalização do setor

empresarial, deve ser uma prioridade do Governo, que o pode fazer recorrendo a créditos fiscais às empresas.

Recordamos por isso que em 2013 o supercrédito fiscal gerou um investimento 2.524 M€, garantido pela adesão

de cerca de 18.500 empresas, provenientes de 21 setores económicos distintos e representando mais de 680

atividades. O incentivo não ficou reservado a grandes empresas, abrangendo também Pequenas e Médias

Empresas, dado o valor médio de investimento de 27 mil euros, registado em 2013.

c) Bloqueio das verbas da formação profissional

Investir é ainda apostar na formação profissional que valoriza o país e os setores que procuram na

valorização profissional uma forma de aumentar a competitividade. O Estado tem por isso que ser o primeiro

parceiro desta formação, não fazendo qualquer sentido que existam bloqueios financeiros a atividades

formativas que podem valorizar as pessoas e a qualidade do trabalho em Portugal. Essa é uma aposta

determinante para a competitividade das empresas.

d) O Peso da Carga Fiscal

Para lá desta realidade, a instabilidade legislativa ao nível dos impostos prejudica também, de forma

implacável, o desenvolvimento empresarial português.