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II SÉRIE-A — NÚMERO 132 15

SUMÁRIO EXECUTIVO

Contexto económico mundial e em Portugal

A Economia Mundial assistiu, em 2016, a um abrandamento do seu crescimento para 3% (3,2% em

2015), mantendo-se a um ritmo inferior ao observado antes da crise financeira de 2008 (média de 4,2%

entre 1997 e 2007) devido a uma desaceleração das economias avançadas, nomeadamente dos

Estados Unidos da América (EUA) e, em menor grau, da União Europeia (UE) e do conjunto da área do

euro.

A evolução da Economia Mundial caraterizou-se ainda por uma desaceleração ao nível do comércio

mundial de bens e serviços, tendo desacelerado para 2,2% em volume em 2016 (o valor mais baixo

desde 2009), o que se deveu ao abrandamento das trocas comerciais das economias avançadas; já que

se assistiu a uma recuperação do comércio externo dos países emergentes, especialmente asiáticos e

ao nível das importações, revelando uma melhoria da sua procura interna. Relativamente à taxa de

inflação, esta aumentou para 0,8% para o conjunto das economias avançadas em 2016 (0,3% em 2015),

em contraste com a desaceleração para 4,4% para os países emergentes e em desenvolvimento (4,7%

em 2015), embora com a continuação de taxas muito elevadas em alguns países da América Latina

(Venezuela e Argentina). (Ver “Quadro 1 – Principais indicadores da economia internacional”.)

A Economia da zona do euro abrandou, tendo o produto interno bruto (PIB) registado um

crescimento de 1,8% em 2016 (2% em 2015), associado sobretudo a uma desaceleração significativa

das exportações (de 6,5% em 2015 para 2,9% em 2016) devido à lentidão do crescimento fora da UE e

à debilidade do comércio mundial. Contudo, a procura interna melhorou, abrangendo todas as

componentes, beneficiando de uma melhoria do mercado de trabalho, de melhores condições de

financiamento bancário (taxas de juro baixas), em acumulação com os baixos níveis dos preços do

petróleo. De facto, o emprego reforçou o seu crescimento, tendo registado um aumento de 1,4%, em

média, em 2016 (1,1% em 2015) e a taxa de desemprego desceu de forma gradual, para se situar em

9,7% em dezembro de 2016 (10,4% em dezembro de 2015). As taxas de juro de curto prazo na área do

euro desceram ao longo de 2016, renovando níveis historicamente baixos, com a Euribor a três meses

a situar-se, em média, em -0,26% (valor nulo em 2015); enquanto nos EUA as taxas de juro de curto

prazo prosseguiram o movimento ascendente, tendo a Libor subido para 0,74% (0,32%, em média, em

2015), refletindo o prosseguimento da normalização da política monetária em linha com a expansão

económica e a subida da inflação. (Ver “Gráfico 3 – Taxa de juro a três meses do mercado monetário”).

Neste enquadramento, a Economia Portuguesa registou um crescimento de 1,4% em termos reais,

menos 0,2 pp do que em 2015. A procura interna contribuiu com 1,5% e a procura externa com 0,1%.

Ainda assim, o contributo da procura externa líquida foi, em 2016, menos negativo do que o registado

um ano antes. (Ver “Quadro 2 – PIB e principais componentes”.)

Efetivamente, o consumo privado registou um crescimento de 2,3%, menos 0,3 pp do que em 2015.

Esta desaceleração resultou essencialmente da desaceleração do consumo de bens correntes e

serviços, enquanto o consumo de bens duradouros permaneceu robusto. No que se refere ao consumo

Conta Geral do Estado de 2016 I