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II SÉRIE-A — NÚMERO 132 27

Economia Portuguesa e Finanças Públicas: Evolução

O diferencial entre o IPC dos bens e dos serviços foi marginalmente mais expressivo em 2016 do

que em 2015, resultado de uma aceleração do IPC dos serviços ligeiramente superior à registada pelo

IPC dos bens. No caso dos bens, importa destacar o comportamento dos bens industriais não

energéticos, que, juntamente com os bens energéticos, determinaram a ligeira aceleração do IPC dos

bens. Já relativamente ao IPC dos serviços, a aceleração de 0,2 pp resultou sobretudo da aceleração

do IPC dos serviços de recreação, reparação e cuidado pessoal, que acelerou 1 pp, mais do que

compensando a desaceleração das demais categorias. A variação do índice harmonizado de preços no

consumidor (IHPC) foi idêntica à registada pelo IPC (0,6%), à semelhança do que havia sucedido

também em 2015. A aceleração do IHPC na área do euro foi mais expressiva (0,2 pp), o que levou a

uma redução do diferencial entre Portugal e a área do euro para 0,4 pp. Esta diferença resulta

essencialmente da diferente sensibilidade da componente energética do IHPC à variação do preço das

matérias-primas e da taxa de câmbio. Com efeito, o diferencial do IHPC subjacente entre Portugal e a

área do euro é nulo.

Por seu turno, o deflator do PIB cresceu 1,6% em 2016, valor que compara com o crescimento de

2,1% no ano anterior. Esta desaceleração decorre sobretudo de um menor contributo dos termos de

troca, enquanto o deflator da procura interna acelerou.

Produtividade e competitividade

A produtividade aparente do fator trabalho registou uma contração de 0,2% em 2016, anulando o

ganho registado no ano anterior.

QUADRO 5 – Produtividade, salários e custos do trabalho

(taxas de variação homóloga, em %)

2015 20162014 2015 2016

I II III IV I II III IV

Custos de Trab. Unidade Produzida (VH, %) -1,2 -0,5 1,6 0,2 -0,1 -2,6 0,7 0,8 1,2 2,2 2,1

Produdividade -0,5 0,2 -0,2 0,2 -0,3 1,3 -0,3 -0,1 0,3 -0,7 -0,4

Remunerações p/ Trabalhador -1,8 -0,3 1,4 0,4 -0,4 -1,3 0,4 0,7 1,5 1,6 1,7

Termos de Troca - Bens e Serviços (VH, %) 1,2 3,3 1,2 3,1 1,6 4,6 4,0 2,6 2,4 0,1 -0,3

Bens 1,2 3,2 0,6 2,7 1,1 4,9 3,9 2,0 1,4 -0,5 -0,4

Serviços -1,0 1,1 0,4 1,8 1,1 0,6 0,9 1,3 1,7 -0,2 -0,9

Taxa de Câmbio Real Efetiva(1) -0,7 -2,9 1,1 -3,9 -3,7 -2,0 -1,8 1,2 1,8 0,9 0,5

Fontes: Instituto Nacional de Estatística e Bruegel Nota: (1) Deflacionada pelo IHPC, 138 Parceiros Comerciais.

Esta evolução resulta de uma aceleração do crescimento do emprego, ao mesmo tempo que a taxa

de crescimento do PIB registou uma desaceleração. Já as remunerações por trabalhador aceleraram

1,7 pp, particularmente entre os trabalhadores do setor público (+2,5 pp), não obstante uma

aceleração também ao nível dos trabalhadores do setor privado (1,1 pp). Globalmente, estes

desenvolvimentos traduziram-se num aumento em 1,6% dos custos de trabalho por unidade produzida

(CTUP), mais 2,1 pp do que em 2015.

A taxa de câmbio real efetiva, um importante indicador para avaliar a competitividade da economia

portuguesa face a um conjunto de outras economias, apreciou 1,1% em 2016 (-2,9% em 2015), o que

8 Conta Geral do Estado de 2016