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RELATÓRIO OE2018

Economia Portuguesa: Evolução Recente e Perspetivas para 2018

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mais rigorosa, poderá enfraquecer o crescimento económico deste país com repercussões nas restantes

economias mundiais através dos fluxos comerciais e dos preços das matérias-primas.

De entre os riscos que mais podem afetar diretamente o crescimento económico da área do euro,

destaca-se o prolongamento da situação de fragilidade dos bancos europeus que pode dificultar a

obtenção de créditos bancários por parte das empresas e afetar o desenvolvimento da economia,

especialmente em termos de investimento, comprometendo o crescimento do seu produto potencial. No

período mais recente, a forte apreciação da taxa de câmbio do euro face ao dólar (com possíveis efeitos

na competitividade das exportações extra área do euro) no atual contexto de persistente baixa inflação,

dificulta a redução do grau acomodatício da política monetária do BCE. Neste contexto, o prolongamento

de taxas de juros baixas (ou até negativas) por um período mais extenso, constitui um risco acrescido

para a recuperação da situação financeira dos bancos.

Análise de Sensibilidade

Atendendo aos riscos enumerados anteriormente, são simulados os impactos esperados em 2018 de

dois choques exógenos relevantes no enquadramento atual da economia: um aumento do preço do

petróleo em 20% e uma desaceleração da procura externa relevante para Portugal em 2 p.p..

Aumento do Preço do Petróleo

Se o preço do petróleo em 2018 aumentar 20% face ao inicialmente estimado, a simulação aponta para

um impacto negativo no crescimento real do PIB na ordem dos 0,1 p.p.. Ao nível dos preços, este choque

afetará negativamente o deflator do PIB por via de um impacto substancial nos termos de troca, que mais

que compensará o aumento dos preços no consumidor. A capacidade de financiamento da economia

face ao exterior será afetada negativamente por via de uma degradação do saldo da balança comercial.

Não é expectável um impacto significativo ao nível da taxa de desemprego dado o desfasamento

existente dos efeitos da atividade económica no emprego e por não se considerarem implicações

adicionais sobre as condições de financiamento da economia8.

O rácio da dívida pública aumentaria em consequência do menor crescimento do PIB nominal.

Gráfico I.3.1. Aumento do preço do petróleo em 20%

8 Nesse caso, a deterioração dos saldos correntes implicaria uma perceção mais elevada de risco ao financiamento à

economia portuguesa, levando a reduzir o crédito concedido às empresas e, por essa via, poderia aumentar a taxa de desemprego.

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2016 2017 2018

Variação H

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%)

PIB nominal

mais 20% menos 20% cenário base

II SÉRIE-A — NÚMERO 12________________________________________________________________________________________________________________

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