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II SÉRIE-A — NÚMERO 108

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Com base nos Inquéritos à mobilidade dos residentes da região, realizados de novembro 2015 a janeiro

2016, foi possível estimar a população «cativa» do transporte público, ou seja, aquela que não dispõe de outro

modo alternativo para a realização das suas viagens. Os «cativos do transporte público», sem viatura disponível,

57% tem mais de 65 anos, 24% tem entre os 45 e os 64 anos e 19% tem entre 15 e 24 anos. Dos inquiridos

sem carta de condução, 53% têm mais de 65 anos, 35% têm entre 45 e 64 anos, 8% entre 25 e 44 anos e 5%

entre 15 e 24 anos. De registar ainda que 18% dos agregados familiares residentes no Alentejo Litoral não

possui veículo motorizado para a realização das viagens.

De acordo com os mais recentes dados disponíveis, a repartição modal das deslocações no Alentejo Litoral

evidencia a acentuada dependência do automóvel individual, que suporta 61,7% do cômputo das deslocações

pendulares realizadas neste território, seguindo-se o modo pedonal (22,6%) e o autocarro (6,9%), detendo o

comboio uma expressão residual, cifrada em 0,1% destas deslocações, justificado pelo facto do modo ferroviário

não assegurar deslocações internas a este território e apenas ter serviços de longo curso (Alfa e Intercidades)

que não garantem as deslocações diárias da população. Não se registaram, neste âmbito, diferenças

significativas entre a repartição modal verificada nos vários municípios.

A atividade industrial tem forte expressão no Alentejo Litoral, nomeadamente no concelho de Sines, onde se

localiza a maior zona industrial e logística da região, constituída essencialmente por indústria pesada do sector

energético e de apoio à atividade do Porto de Sines e com dinâmicas muito relevantes tendentes ao seu

crescimento. No entanto, registam-se em todos os concelhos do Alentejo Litoral áreas dedicadas à

implementação de indústria, na sua maioria ligeira e de baixo impacto ambiental.

Os polos existentes localizam-se na sua maioria junto aos principais eixos rodoviários e ferroviários,

apresentando dimensões e capacidade de geração e atração de viagens muito distintas, sejam no transporte de

mercadorias, seja nas deslocações pendulares dos seus trabalhadores. A este nível, destaca-se a Zona

Industrial e Logística de Sines, a que se associa o Porto de Sines e a sua zona de atividades logísticas

intraportuária, as quais no seu conjunto ocupam quase 5000 hectares, sendo o principal polo empregador da

região e o maior gerador de viagens pendulares dos seus trabalhadores e de transporte de mercadorias numa

alargada bacia de emprego que muito beneficiaria com a reativação dos serviços de transporte ferroviário.

Importa referir que existem indústrias nestas áreas industriais e logísticas que operam 24 horas por dia, 365 dias

por ano.

Também no que respeita às unidades de saúde na região, a necessidade de mobilidade das populações

confere mais força à razão da exigência da reposição do transporte ferroviário regional para as populações.

A rede de equipamentos de cuidados de saúde no Alentejo Litoral estrutura-se em torno do Hospital do Litoral

Alentejano e de uma rede de centros de saúde e respetivas extensões que cobrem a quase totalidade do

território. Da análise da distribuição territorial destes equipamentos, pode concluir-se por uma concentração de

equipamentos de saúde nas sedes de concelho, onde se localizam os centros de saúde, podendo igualmente

encontrar-se instalações onde se incluem laboratórios de análises clínicas, centros de radiologia e consultórios

médicos privados e ainda a Unidade de Cuidados Continuados de Grândola.

Ainda nesta vertente, regista-se a existência de equipamentos nas localidades do litoral, com uma elevada

procura turística e onde se justifica a criação de equipamentos privados que supram as necessidades da

população flutuante, mas que suprem carências existentes nesses locais em termos de rede pública de cuidados

de saúde. Refira-se ainda a existência no Alentejo Litoral de um centro da Cruz Vermelha Portuguesa localizado

em Ermidas do Sado.

Por outro lado, a rede de equipamentos de ensino público do Alentejo Litoral é constituída essencialmente

por equipamentos do ensino básico e secundário, complementados por algumas escolas técnico-profissionais.

É de destacar a existência, em Sines, de um polo da Universidade de Évora dedicado às ciências ambientais e

marinhas, essencialmente como centro de investigação.

A oferta de ensino profissional concentra-se nos concelhos de Grândola e Sines, associada, em grande parte,

à atividade industrial e logística. Os dados disponíveis apontam para uma concentração dos equipamentos do

ensino básico e secundário fundamentalmente nas sedes de concelho, local onde se localizam as escolas

secundárias existentes. Verifica-se, por outro lado, em aglomerados de maior dimensão (fora das sedes de

concelho) a existência de escolas básicas do 2.º e 3.º ciclo.

Todo este enquadramento confirma e reforça a evidente necessidade da reativação do transporte ferroviário