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PRINCIPAIS CONSIDERAÇÕES

O cenário macroeconómico subjacente à POE/2022 é globalmente coerente com

as previsões e projeções mais recentes conhecidas para a economia portuguesa

(Quadro 2 e Gráfico 2).

O crescimento da atividade económica de 4,8% previsto pelo MF para 2021,

enquadra-se no limite superior do painel de projeções, beneficiando da

incorporação da versão final das Contas Nacionais para 2019, que revê 0,8 p.p. em

baixa a taxa de variação do PIB real em 2020 para -8,4%.

Na estimativa para este ano, destaca-se a evolução antecipada pelo MF para o

consumo privado em volume (S,2%), superior à perspetiva das restantes

instituições consideradas. Esta previsão pode contribuir para uma perspetiva mais

favorável do saldo orçamental, suportada, contudo, pelos desenvolvimentos mais

recentes na economia.

Para 2022, a perspetiva do MF de aceleração no crescimento do PIB real é

qualitativamente coerente com a do painel de projeções usados na análise,

incluindo as do CFP. Esta previsão, perto do limite superior do painel de projeções,

contrasta com a expetativa do MF para o crescimento do deflator implícito do PIB

no limite inferior (Quadro 2 e Gráfico 2), resultando numa previsão centrada para a

evolução do PIB nominal nesse ano, sendo a evolução do PIB nominal

particularmente relevante para a previsão das variáveis orçamentais da POE/2022.

O cenário macroeconómico subjacente à POE/2022 é considerado um cenário

provável para a economia portuguesa no horizonte 2021-2022. A sua

materialização tem implícitos riscos de natureza predominantemente

descendente, direta ou indiretamente associados à evolução da situação

pandémica e à execução do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) na economia.

A atual pandemia originou fortes entraves nas cadeias de fornecimento globais e

alterações relevantes ao nível da procura, levando a impactos significativos ao nível

da oferta e a desequilíbrios ao nível do mercado de trabalho (labour mismatch). O

processo de ajustamento entre oferta e procura no mercado de trabalho em vários

sectores da economia é um risco para a evolução da taxa de desemprego em 2022.

De forma paralela, os preços de matérias-primas (incluindo energéticas) e de

outros bens intermédios têm aumentado de forma substancial nos mercados

internacionais, limitando ainda mais a normalização da oferta e promovendo um

aumento das pressões inflacionistas. O cenário do MF está assim sujeito a um risco

acrescido relacionado com a evolução da taxa de inflação, apresentando uma

perspetiva abaixo das restantes conhecidas, de resto também com impacto

orçamental.

O cenário subjacente à POE/2022 admite uma forte recuperação da economia

portuguesa em 2021 e 2022, a qual se processa sobretudo via investimento e

consumo. Os riscos supramencionados poderão levar a uma recuperação mais

II SÉRIE-A — NÚMERO 15 _____________________________________________________________________________________________________________

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