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Quadro 1.8. Balanças corrente e de capital (saldos em percentagem do PIB)

Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Contas Nacionais.

Este agravamento resultou da deterioração do saldo de todos os setores institucionais (sociedades e famílias), com exceção das Administrações Públicas, que passou de um défice de 5,7% do PIB no primeiro semestre de 2021 para um excedente de 0,8% do PIB. É de realçar a trajetória decrescente da capacidade de financiamento das famílias, iniciada no segundo trimestre de 2021, refletindo a diminuição da poupança bruta face à acumulação verificada durante os anos de pandemia.

A análise das componentes das balanças corrente e de capital permite concluir que o agravamento das necessidades de financiamento decorreu:

Do aumento do défice da balança de bens e serviços (em 962 milhões de euros), atribuível à balança de bens, tendo as importações crescido mais do que as exportações, em valor, particularmente no que concerne aos bens energéticos;

Do aumento do défice da balança de rendimentos primários, devido ao incremento de pagamentos líquidos de rendimentos de investimento, nomeadamente sob a forma de dividendos;

Da menor atribuição de fundos europeus aos beneficiários finais, num contexto de transição de quadros de financiamento e de arranque do PRR, o que determinou a redução do excedente do rendimento secundário e da balança de capital.

A contrastar com esta evolução destaca-se o aumento do excedente da balança de serviços, influenciado sobretudo pelo crescimento da rubrica de viagens e turismo.

Agravamento das perdas dos termos de troca

A deterioração do saldo externo de bens foi determinada em grande medida por um agravamento das perdas dos termos de troca, traduzido pelo aumento mais expressivo dos preços implícitos das importações de bens (para o qual contribuiu significativamente a componente energética) comparativamente aos das exportações. No primeiro semestre, os termos de troca de bens e de serviços registaram uma deterioração de 4,2%, a mais expressiva desde pelo menos 1995. No segundo trimestre, o efeito dos termos de troca contribuiu negativamente, em 1,9 pp, para a evolução do saldo da balança de bens e serviços quando comparado com igual período de 2021. Este choque significativo, que reflete uma transferência de rendimento de Portugal para países fornecedores de bens e serviços nos

2021 2022

Balança corrente e de capital 1,0 -0,2 0,5 -0,6 -3,1

Balança corrente 0,1 -1,2 -1,2 -1,7 -3,8

Balança de bens e serviços 0,5 -2,1 -3,0 -3,3 -3,8

Balança de rendimentos primários -2,6 -1,6 -1,2 -1,8 -2,4

Balança de rendimentos secundários 2,3 2,5 3,0 3,4 2,4

Balança de capital 0,9 1,0 1,7 1,2 1,0

1.º semestre2019 2020 2021

10 DE OUTUBRO DE 2022 _______________________________________________________________________________________________________________

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