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Escassez de mão-de-obra coloca pressão sobre a evolução dos salários

No trimestre terminado em junho, a remuneração bruta total mensal por trabalhador aumentou 3,1% em relação ao segundo trimestre de 2021 (compara com um aumento de 5,2% registado há um ano), refletindo um aumento de 4,4% no setor privado e de 1,4% no setor das Administrações Públicas.

No segundo trimestre de 2022, o índice de custo do trabalho (por hora efetivamente trabalhada), ajustado de dias úteis, registou um aumento de 5,7% em termos homólogos (variação de 1,4% no trimestre anterior). Esta evolução resultou do aumento de 4% no custo médio por trabalhador e da diminuição de 1,5% no número de horas efetivamente trabalhadas por trabalhador. Para o mesmo período, as contas nacionais trimestrais do INE apontam para um crescimento das remunerações médias por trabalhador de 4% em termos homólogos, próximo do registado no final de 2019 (4,5%) e que compara favoravelmente com uma média histórica de 2,8%.

Inflação em níveis históricos

Refletindo as pressões externas referidas anteriormente, a inflação prosseguiu e acentuou, em 2022, a tendência ascendente observada já em finais de 2021 (a partir de novembro desse ano, a inflação superou os 2%, o que não acontecia desde outubro de 2012), atingindo valores historicamente elevados. Após um aumento homólogo de 4,3% no primeiro trimestre, os preços no consumidor aumentaram 8% no segundo trimestre.

No segundo trimestre, apenas duas classes do Índice de Preços no Consumidor (IPC) apresentaram uma variação homóloga do índice de preços inferior a zero: vestuário e calçado (-0,4%) e saúde (-0,3%), neste caso, refletindo o alargamento dos critérios de isenção de taxas moderadoras no Serviço Nacional de Saúde. As restantes classes apresentaram um crescimento superior a 2% (com exceção da classe educação (1,4%), com destaque para os transportes (12,7%), habitação, água, eletricidade, gás e outros combustíveis (12,4%) e produtos alimentares e bebidas não alcoólicas (11,9%), as quais são diretamente afetadas pelas consequências negativas da guerra na Ucrânia. Para além destas, destaca-se ainda a evolução da classe restaurantes e hotéis, a qual apresentou, no segundo trimestre, uma variação homóloga do índice de preços de 11,7%, refletindo a forte recuperação da atividade turística.

Em setembro, a inflação, medida pela variação homóloga do IPC terá aumentado para 9,3%, a mais elevada dos últimos 30 anos. Em termos de média anual, a inflação situou-se em 6% (5,3%, em agosto). Note-se, no entanto, que a inflação homóloga traduz aumentos de preços que se registaram entre três a seis meses atrás. O contributo da inflação dos últimos três meses para a variação homóloga diminuiu desde abril.

II SÉRIE-A — NÚMERO 98 _______________________________________________________________________________________________________________

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