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II SÉRIE-A — NÚMERO 107

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a relevância que a sua implementação, monitorização e avaliação terão ao nível da atividade governativa na

presente legislatura, e também, da capacidade de envolvimento e mobilização dos atores relevantes exteriores

aos limites estritos da administração pública, quer como prescritores ou promotores das políticas públicas,

quer como seus protagonistas. Neste domínio, irá continuar a privilegiar-se o diálogo social enquanto marca de

governação, dando continuidade ao diálogo com o Conselho Económico e Social (CES) e com as

organizações nele representadas, cuja centralidade é espelhada nas soluções de compromisso com os

parceiros sociais no âmbito da Comissão Permanente de Concertação Social (CPCS), como o Acordo de

Formação Profissional e Qualificação, a Agenda do Trabalho Digno e o Acordo de Médio Prazo de Melhoria

dos Rendimentos, dos Salários e da Competitividade.

No mesmo sentido, estas opções de política económica, social e territorial pretendem melhorar a estrutura

do relatório anexo à proposta de lei das Grandes Opções, sistematizar e hierarquizar as medidas

apresentadas e avançar com um exercício de quantificação plurianual das medidas de política associadas a

cada um dos desafios estratégicos e transversal e às respetivas áreas de política.

2. Portugal no mundo

Portugal tem mostrado e consolidado a sua imagem de um país aberto ao mundo, com um contributo ativo

para as agendas europeia e multilateral, assumindo encargos e responsabilidades em diferentes organizações

e fóruns internacionais.

A política externa portuguesa está assim identificada com:

• A integração europeia.

• O espaço atlântico.

• A internacionalização da economia.

• As comunidades portuguesas residentes no estrangeiro.

• O multilateralismo.

• A CPLP, a cooperação, e a promoção da Língua Portuguesa.

Portugal e os portugueses estão presentes nos vários quadrantes mundiais, sendo o País um construtor de

pontes entre atores, e facilitador de contactos. Atente-se à participação ativa do País no sistema da

Organização das Nações Unidas, ou como, na União Europeia, Portugal participou ativamente na negociação

da decisão coletiva para combater os efeitos negativos da COVID-19, designadamente o Plano de

Recuperação – NextGenerationEU/Mecanismo de Recuperação e Resiliência, além do Quadro Financeiro

Plurianual.

Portugal está na linha da frente das agendas europeias mais relevantes, do aprofundamento da União

Económica e Monetária ao acolhimento de refugiados, da transição energética à defesa do Estado de direito,

da Agenda 2030/Objetivos do Desenvolvimento Sustentável à Agenda do Clima e ao Pacto Global para as

Migrações.

O contexto europeu e mundial é atualmente marcado pela agressão da Rússia à Ucrânia, com reflexos

diretos no reforço do sistema de alianças de segurança de que Portugal faz parte: a OTAN e a própria União

Europeia. Nesta conjuntura, a participação de Portugal no plano geoestratégico torna-se mais saliente: seja no

reforço da estrutura de defesa e dissuasão da aliança atlântica, como na implementação da nova Bússola

Estratégica para a Política Comum de Segurança e Defesa; seja no plano político-diplomático com as sanções

em curso contra a Rússia, como na assistência material direta à Ucrânia; seja no plano humanitário, acolhendo

os refugiados ucranianos e apoiando os países vizinhos para onde têm ido o maior número de pessoas, como

no plano económico, através da adoção das medidas para diminuir a dependência energética dos países

europeus.

Perspetiva-se, neste contexto de crises sanitárias e de segurança, uma reformulação das linhas de ação do

que tem sido a globalização económica das últimas décadas, com uma inflexão na direção da

desglobalização, do nearshoring, e de uma maior territorialização no que toca ao abastecimento de energia,

logística, e cadeias de produção e de valor, desenvolvimentos face aos quais Portugal não deixará de procurar