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Gráfico 2.21. Índice de surpresas económicas

Nota: Valor inferior a 0 indica resultados inferiores às expetativas. FONTE: CITI.

VOLATILIDADE DOS MERCADOS FINANCEIROS

O início do ano ficou marcado por uma recuperação dos mercados acionistas, fruto do esperado impacto no crescimento de uma descida dos preços da energia mais acelerada do que o antecipado e expetativas de que o aumento das taxas de juro diretoras seria mais faseado. Acresceu o desempenho da economia americana, que se demonstrou mais resiliente que o esperado. Desde o início do ano o índice Euro Stoxx 50 recuperou aproximadamente 12%, registando máximos de 2007, após ter desvalorizado 12,4% em 2022.

Este movimento foi, no entanto, interrompido entre março e abril. O colapso de vários bancos regionais americanos, reavivaram preocupações sobre o setor bancário, temendo se que a sucessão das falências poderia promover um efeito de contágio, particularmente pela reavaliação dos prejuízos associados a portfolios de títulos obrigacionistas que desvalorizaram após as sucessivas subidas de taxas diretoras. Na Europa, o setor bancário viu-se afetado através do Credit Suisse Group, adquirido posteriormente pelo UBS. Estes elementos causaram reavaliações abruptas dos prémios de risco e incerteza em torno do setor que, entretanto, se viu largamente dissipada, após a disponibilidade dos bancos centrais em prover liquidez se a estabilidade financeira estivesse em risco. No mercado asiático, a volatilidade esteve particularmente ligada às fragilidades das promotoras imobiliárias chinesas.

Os mercados estão gradualmente a adaptar-se a um paradigma económico marcado por taxas de juro mais elevadas. Este ambiente aumenta o risco de que dados menos favoráveis relativamente à evolução da inflação resultem numa alteração das expetativas quanto à evolução das taxas de juros e, assim, uma desvalorização súbita e acentuada do preço dos ativos financeiros. Tal evento contribuiria para uma maior aversão ao risco e restritividade das condições de financiamento, provocando um aumento do stress nas instituições financeiras bancárias e não bancárias. Estar-se-ia perante um efeito de contágio entre o ciclo financeiro e o ciclo económico.

As instituições de crédito nacionais apresentam posições de capital e de liquidez fortes, que são fatores mitigadores destes riscos. No final do ano passado, os rácios de fundos próprios totais e de CET 1 fixavam-se em 18,1% e 15,3%. Os rácios de liquidez regulatórios, cobertura de liquidez e financiamento estável líquido, fixaram-se em níveis elevados (229% e 145%, respetivamente), bem acima do mínimo regulamentar de 100%. Ao mesmo tempo, o peso dos créditos improdutivos diminuiu acentuadamente nos últimos anos, estando agora próximo da média europeia.

Este quadro reforça a importância de avanços com significado na arquitetura da união bancária, especialmente o estabelecimento de um sistema europeu de seguro de depósitos, bem como num aprofundamento da união dos mercados de capitais.

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Estados Unidos da América Área do euro China

Surpresanegativa

Surpresapositiva

17 DE OUTUBRO DE 2023 ______________________________________________________________________________________________________________

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