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14 DE MARÇO DE 2025

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Cenário políticas

existentes

2005 2030 2040

4. Resíduos e Águas Residuais (5) 6 806 4 972 3 551

Total 85 860 42 703 28 377

Total CELE 36 426 9 548 4 905

Total Não CELE 49 434 33 155 23 471

Captura CO2 (CCU) 0 0 -238

O Governo português comprometeu-se em 2016 a assegurar a neutralidade das suas emissões até ao final

de 2050, tendo até então adotado as metas de redução intermédias de pelo menos 55 % em 2030 e entre 65 e

75 % em 2040 face a 2005, as quais se traduzem em reduções ainda mais acentuadas para o sistema

energético. Neste sentido, o cenário de políticas existentes (WEM – with existing measures) já incorpora uma

série de medidas que visam atingir estes objetivos.

Como se pode verificar mesmo num cenário políticas existentes, perspetiva-se já uma redução acentuada

das emissões de GEE nas próximas décadas, existindo potencial custo-eficaz para Portugal alcançar, em

2030, reduções totais de emissões de cerca de 50 % em relação a 2005, ascendendo esse valor a 67 % em

2040 (sem LULUCF). De referir que esta evolução tem em consideração um contributo do sequestro de

carbono por via tecnológica (captura de carbono e utilização – CCU), no pós-2030, embora se prevejam

efeitos mais significativos apenas no médio-longo prazo.

Em 2030 esta redução deve-se em grande medida ao fecho das centrais a carvão para produção de

eletricidade e ao reforço do papel das energias renováveis no mix energético nacional, com impulso reforçado

no solar fotovoltaico. Desta forma, em 2030 o setor da energia, onde não está a ser incluída a componente

energética associada ao setor da agricultura, apresenta um potencial de redução de emissões de GEE de

cerca de 58 % face a 2005 (e cerca de 77 % redução em 2040).

No setor dos transportes e mobilidade prevê-se um potencial de redução de emissões de cerca de 21 % e

47 % em 2030 e 2040, devido a um perfil moderado de adoção de veículos elétricos e alterações na procura

de mobilidade via redução de deslocações e de transferências modais. Serão introduzidas de forma faseada

outras formas de energia de baixo carbono na navegação e aviação.

No que se refere ao setor dos serviços, verifica-se um forte potencial de redução de emissões de GEE,

contribuindo com reduções de 83 % e praticamente 100 %, em 2030 e 2040 respetivamente, fruto do aumento

de eficiência energética. Verifica-se, até 2030, a continuidade da tendência de redução de consumo de formas

de energia fóssil neste setor, sendo que o início da introdução massiva de bombas de calor demonstra a sua

custo-eficácia para fornecimento de serviços de energia como aquecimento e arrefecimento de espaços.

Os setores residencial e indústria da manufatura e construção apresentam um potencial de

descarbonização mais reduzido neste horizonte temporal, apontando ainda assim uma redução de 51 % em

2030 (cerca de 84 % em 2040) e 52 % (cerca de 91 % em 2040), respetivamente.

No que se refere ao setor da agricultura (componente não energia), perspetiva-se uma redução de

emissões pouco significativa até 2030 (-5 %), tendo em conta as medidas e metas definidas no contexto do

PEPAC. Apesar de ainda pouco significativo, prevê-se que este valor de redução possa duplicar até 2040 (-

10 %), tendo por base a evolução produtiva do setor e pressupondo uma manutenção das medidas PEPAC, a

par da consolidação do respetivo alcance.

Com base no exercício de modelação realizado no setor resíduos e águas residuais, e apesar das

caraterísticas específicas deste setor, o potencial de redução é relativamente importante e sobretudo

baseados na evolução do setor dos resíduos em relação ao das águas residuais. A projeção para o setor

como um todo no cenário WEM revela uma redução das emissões de GEE prevista de cerca de 27 %, entre

2005 e 2030, que se acentua no horizonte de 2040 (48 %).

Em termos de F-gases, cuja relevância em termos de emissões tem vindo a aumentar nos últimos anos,

prevê-se neste cenário, face a valores de 2005, um aumento de 94 % das emissões até 2030, reduzindo para