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8 | II Série B - Número: 017 | 18 de Outubro de 2008

O transporte rodoviário não é alternativa pois, além de muito mais dispendioso, não tem horários que sirvam a população e a demora da viagem até Coimbra pode ser o dobro ou triplo, seguindo uma estrada muito acidentada e sinuosa, com troços onde nem é possível o cruzamento de veículos.
Dado que a capacidade de uma automotora será equivalente a seis ou sete autocarros, fácil será antecipar o caos rodoviário que o encerramento da ferrovia criaria no acesso sul a Coimbra, transformando as horas de ponta do início da manhã e final da tarde num verdadeiro inferno para todos: actuais automobilistas e utentes da CP.
É importante lembrar que são pessoas, não são números, quem utiliza o ramal! Miranda do Corvo e Lousã são concelhos que devem muito do seu desenvolvimento a este ramal. Temos o exemplo da fábrica de papel do Prado, na Lousã, que desde cedo passou a utilizar o comboio para a expedição dos seus produtos. Aliás, ainda há uns dias o gerente do conhecido Licor Beirão teve de suspender o fabrico devido ao bloqueio dos camionistas, defendendo também ele o transporte de mercadorias pelo ramal, que passa mesmo ao lado da sua fábrica.
Não somos contra a modernização; somos, sim, contra a incerteza, contra a destruição, contra a possibilidade de ficarmos sem nada, contra os gastos desnecessários e sem sentido que querem fazer, quando sabemos que procedendo a CP/REFER à electrificação e melhoria da linha, um serviço que pode ser realizado durante a noite, como tem sido feito noutros troços ferroviários, o País e os contribuintes pouparão dinheiro e os utentes diários do ramal não serão afectados na sua mobilidade.
Entretanto, o dinheiro que seria poupado poderia ser investido no prolongamento da linha no sentido de Arganil e de Tomar, dando um forte contributo para o desenvolvimento de uma região deprimida e em processo de desertificação.
A melhoria da qualidade dos serviços, do material circulante, da segurança e menos gastos para os contribuintes deviam ser os objectivos de todos os responsáveis, muito em especial do Governo e do seu Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações.
Ao contrário, a morte lenta e o encerramento do Ramal da Lousã é um castigo que os seus utentes não merecem e não podem aceitar.
A população servida por este meio de transporte não pode, por decisões políticas arbitrárias e contraditórias de sucessivos governos, ver os seus empregos em risco e dificultado o acesso ao ensino para os seus filhos, quando existem os meios para uma rápida melhoria da sua mobilidade, com a electrificação do ramal, sua modernização e colocação de novo material circulante.
A população servida por este meio de transporte não pode ter de suportar, por uma qualquer decisão política sem fundamento técnico-económico, durante dois ou mais anos (ou para toda a vida) um muito penoso acesso aos seus locais de trabalho e de estudo, em transportes de má qualidade e muito mais dispendiosos, com horários que não servem a grande maioria e que vão prejudicar a vida familiar de toda a gente.
Como pode um Governo querer submeter a população do Ramal da Lousã a um sacrifício tamanho? Como se vai resolver o funcionamento das creches e ATL até mais tarde? Com tantos estudos feitos a Metro Mondego SA, preocupou-se em avaliar os prejuízos pessoais dos utentes e os problemas sociais de tal situação? Que consequências resultam para os jovens com este agravamento de horários, que para chegarem a horas às escolas terão que se levantar às 6 da manhã e não conseguirão regressar a casa antes das 20 horas? O que vai ser destas famílias, que já têm tão pouco tempo para estarem juntas? Deixamos estas perguntas no ar para os Srs. Deputados e senhores governantes meditarem, principalmente o Sr. PrimeiroMinistro.
Assim, dando sequência ao abaixo assinado com cerca de 4 000 assinaturas, oportunamente dirigido ao Sr. Primeiro-Ministro, Sr. Presidente da Assembleia da República, Câmaras Municipais de Coimbra, Lousã e Miranda do Corvo, e Administração da Metro Mondego (Anexo 4) (a), até agora sem qualquer resposta destas entidades à petição que lhes foi apresentada, vêm os signatários, como membros e promotores do Movimento de Defesa do Ramal da Lousã, apelar aos grupos parlamentares da Assembleia da República para que:

1 — Recomendem ao Governo que mande proceder quanto antes a uma avaliação das várias soluções técnicas para a reabilitação do Ramal da Lousã, incluindo a electrificação e modernização da actual ferrovia,