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movimentar pelo mundo 1,9 biliões de turistas. Portugal não pode ficar à margem desta
discussão, com posicionamentos claros de outros países nesta matéria.
Lourdes, Roma, Terra Santa, Meca, enfim, tantos símbolos e expoentes máximos de religiões e
países, que as respetivas estratégias de promoção turística têm sabido aproveitar. Infelizmente,
parece-nos que Portugal continua a subvalorizar este potencial gerador de riqueza.
Segmentos como o turismo religioso mereceriam um outro olhar e aposta por parte do Governo
da República. Quanto mais não fosse porque cerca de 3/4 do património material e imaterial
português se calcula ser religioso, entre igrejas, mosteiros, sinagogas, arte sacra…
Ainda assim, e independentemente do potencial por explorar neste segmento, a verdade é que,
já hoje, se estima que o turismo religioso corresponda a um total de 10% do movimento turístico
em Portugal.
Só o Santuário de Fátima, acolhe anualmente peregrinos oriundos de 140 países.
Sendo verdade que, como o próprio Turismo de Portugal e a Associação Mundial de Turismo
Religioso reconhecem, os dados existentes estão longe de serem totalmente fidedignos, estimase que além de Fátima, com os seus mais de 5 milhões visitantes anuais, destinos como o Bom
Jesus de Braga, Sameiro e São Bento da Porta Aberta atrairão cerca de um milhão de visitantes
anuais.
O Santuário da Nossa Senhora da Penha em Guimarães atrai igualmente um número
significativo de visitantes.
Mas também em Portugal se nota o efeito positivo de um outro centro religioso peninsular:
Santiago de Compostela. A seguir ao chamado Caminho Francês de Santiago, é o Caminho
Português Central de Santiago, com mais de 30 mil peregrinos anuais, que mais pessoas atrai.
Só em 2010 foram contabilizados no Caminho Português Central de Santiago peregrinos de
cerca de 52 nacionalidades (desde o Brasil até à Nova Zelândia, Austrália, Japão e Coreia do
Sul).
O percurso Português, embora ainda longe de ver esgotado o seu potencial de exploração
turística corresponderá hoje a cerca de 13% do volume global de peregrinos a Santiago de
Compostela.
Desde a Idade Média que o Caminho Português Central de Santiago validado por estudos das
mais diversas áreas do saber, pleno de Histórias e Lendas (da qual a Lenda do Galo de
Barcelos será a mais conhecida), tem vindo a ser percorrido por milhares e milhares de
peregrinos, muitos deles, aliás, figuras importantes da História (Rainha Santa Isabel, D. Manuel
I, Damião de Góis, Príncipe Cosme de Médicis – futuro Cosme III Grão-duque da Toscana, etc.).
O Caminho Português Central de Santiago foi-se estabelecendo a partir do séc. XI e tendo como
principais etapas Lisboa, Coimbra, Porto, Barcelos, Ponte de Lima e Valença, localidades
atravessadas pela Estrada Real e nas quais confluíam outras vias secundárias do interior.
Em Barcelos chegou mesmo a existir um Hospital de Peregrinos que começou por ser instalado
no Convento de Abade de Neiva, por ordem de D. Mafalda (esposa de D. Afonso Henriques), e
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