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O Sr. José Ribeiro e Castro (CDS-PP): — Uma última pergunta:

relativamente aos materiais que identificou e que encontrou, são mais

usados, pela literatura, em engenhos civis, militares e mistos? Tem notícia

de terem sido usados noutros atentados? Na sua convicção, o engenho que

deflagrou em Camarate tinha de ser produzido ad-hoc? Quer dizer, quando

fala de uma granada, acha que era uma granada que teria sido adquirida como

suporte, mas trabalhada especificamente para produzir aquele atentado, e não

teria sido uma granada apanhada ali, em Braço de Prata, e colocada… Não,

tinha sido alguma coisa especificamente produzida para a ocorrência daquele

atentado?

O Sr. Prof. Eng.º Henrique Botelho de Miranda: — Estou

convencido de que não. Não era preciso recorrer a um sistema de ignição

muito sofisticado. Se alguém teve, por mais de uma ocasião, acesso à

aeronave e até vagar para andar em torno dela, poderia ter montado um

dispositivo puramente mecânico, porque o era, socorrendo-se de uma coisa

elementar, como era a cabeça de uma granada do nosso Exército. Não era

preciso sofisticar o sistema de disparo. Aliás, é compatível com esta

conjetura o facto de a explosão só ter sido vista por inúmeras testemunhas

quando o avião já tinha ganho alguma altura, ou seja, quando a roda da frente

do trem de aterragem tinha tido tempo de recolher e tirar a cavilha da cabeça

da granada. Então, a partir daí, decorrem 3 segundos até se dar a detonação.

E daí desencadeou-se todo o processo.

Portanto, digamos que, de uma posição de dúvida profunda em relação

ao atentado, mercê deste estudo e sempre, sempre, fortemente crítico,

autocrítico e com críticas dos outros elementos da Comissão, cheguei à

convicção de que na origem deste despenhamento houve uma

intencionalidade de tipo criminoso, ou seja, que foi um atentado.

II SÉRIE-B — NÚMERO 56______________________________________________________________________________________________________________

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