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conversa perfeitamente banal, embora dentro do assunto, entre mim e o Prof.

Mendes Sousa, que, na altura, estava no Canadá, mas vinha periodicamente,

com uma periodicidade de cerca de um mês, às reuniões da nossa Comissão.

Quando já tínhamos como adquirido que, efetivamente, dentro da

cabine do avião tinha ocorrido um foco de incêndio, tinha havido uma

situação anómala, em termos de pressão e de temperatura, quando já

tínhamos centrado a nossa atenção no estudo do tal Orifício A, que estava

por baixo dos pés do piloto — o tal que apresentava aquele rebordamento

em tulipa, para dentro —, surgiu, em conversa, a pergunta: perante condições

de pressão entre o interior e o exterior da cabine, a que velocidade sairiam

os fragmentos resultantes da combustão de papéis, dos forros do avião, das

napas dos assentos, dos detritos que foram encontrados naquele rasto? Bom,

entretanto, o Prof. Mendes Sousa regressou ao Canadá, mas, pelos vistos, a

questão ficou a bailar-lhe no espírito, porque, na reunião seguinte, ele disse-

me: «Olhe, peguei naquela ideia, estive a fazer os meus cálculos e chego a

uma velocidade de saída dos fragmentos de 290 m/s». Mostrou-me os

cálculos e eu disse-lhe: «Olhe, eu também não me esqueci do assunto,

também o abordei e fiz cálculos com base, obviamente, em conceitos e

princípios da mecânica dos fluidos, mas não segui a via de cálculo que

seguiu». Quais foram os resultados que obtive? Obtive 313 m/s. Bem, como

ordem de grandeza, temos a 300 m/s fragmentos a escaparem-se por aquele

orifício. O que é que tínhamos ali? Passe a comparação, tínhamos a cabine

do avião a comportar-se como um spray, uma lata de spray. Então, estava

perfeitamente explicada a natureza do rasto que foi estudado pelos Profs.

Brederode e Mário Nina e que, na altura, o estudo foi combatido e até de

uma maneira deselegante. O estudo feito por esses dois professores dizia

estar perfeitamente compatível com um sopro desta natureza, com uma

aeronave a voar a esta altura e com uma brisa levíssima de 8 km/hora ao

1 DE JULHO DE 2015______________________________________________________________________________________________________________

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