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O Sr. Presidente (Pedro Lynce): — Tem a palavra.

A Sr.ª Inês de Medeiros (PS): — Do que estivemos a falar, terão

havido, forçosamente, duas explosões, se percebi bem. Fala-se, muitas vezes,

em duas explosões: uma primeira, onde o piloto ainda poderia ter tentado

reagir e, depois, uma segunda, onde já não haveria nenhuma hipótese…

O Sr. Prof. Eng.º Henrique Botelho de Miranda: — Não, não!

Ora bem, vamos lá a ver. Se nós tivéssemos capacidade de destrinça

auditiva, então, poder-se-ia ouvir a detonação da espoleta, supondo que a

ignição foi assim, e, a seguir, a da carga. Mas, repare, isto… Com que

dispositivos auditivos se poderia fazer essa destrinça de tempos, sabendo que

o TNT se decompõe a uma velocidade de 3000 m/s e que aquela mistura que,

provavelmente, estaria encostada praticamente à espoleta tem velocidade de

detonação que se aproxima desse valor?!

Não houve duas explosões! Houve uma explosão única desencadeada

por uma espoleta. Não houve «pum!, pum!». Não, foi «pum!».

A Sr.ª Inês de Medeiros (PS): — Portanto, logo na primeira explosão,

o piloto poderia, ou não, reagir? Há pouco estávamos a falar nisso. Teria

possibilidade de reagir, de endireitar o avião, ou…?

O Sr. Prof. Eng.º Henrique Botelho de Miranda: — Acredito que

tenha tentado fazer isso. O piloto Albuquerque não era um novato, já tinha

bastantes horas de voo. Ele teria quase que automatismos de reação perante

situações de emergência. Se sentiu qualquer coisa no avião, ele terá tentado

segurá-lo.

II SÉRIE-B — NÚMERO 56______________________________________________________________________________________________________________

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