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II SÉRIE-B — NÚMERO 19

12

Domingo inicia 20 horas segunda-feira inicia 14 horas terça-feira inicia 10 horas quarta-feira inicia 8 horas

quinta-feira inicia 4 horas sexta-feira inicia 2 horas.

Esta irregularidade nos horários tem um impacto direto e indireto na alimentação, pois além de ser

impossível prever o local e o horário da refeição é impossível conseguir organizar as refeições. Assim, o

motorista é obrigado a uma alimentação pouco saudável, quer do ponto de vista da falta de horários quer da

qualidade da refeição, sendo muitas vezes baseada numa alimentação rápida tipo fast food com sandes ou

enlatados. Sendo um motorista um trabalhador móvel dificilmente tem ao seu dispor um refeitório ou uma

cantina.

A condução de um veículo pesado expõe o motorista a um elevado número de vibrações provocadas pelo

trabalhar do veículo e pelas irregularidades da estrada. Está muitas vezes exposto a variações de pressão

atmosférica, que modificam não só os batimentos cardíacos como a respiração, é muito normal um motorista

acordar no litoral a 20 metros de altitude e na noite seguinte ir dormir a 1 km ou mais de altitude.

Segundo um estudo da agência europeia do ambiente, as pessoas que residem próximo de estradas

movimentadas, na Europa, continuam a estar particularmente expostas a níveis excessivos de poluição

atmosférica. Em 2010, 44% das estações rodoviárias de controlo da qualidade do ar registaram níveis de

dióxido de azoto (NO2) nocivos, superiores aos limites legais, e os níveis de partículas (PM10) ultrapassaram

os limites em 33% dessas estações. Estes poluentes podem afetar o sistema cardiovascular, os pulmões, o

fígado, o baço e o sangue. Agora imaginem um motorista que passa a vida na estrada. Ainda que não se

verifique uma fila de trânsito, os motoristas viajam muitas vezes em comboios de vários camiões e os de trás

vão a respirar o ar poluído dos da frente, estando assim exposto a grandes concentrações de poluição

bastante prejudiciais para a saúde respiratória.

O ruído é outro impacto dos transportes que pode causar problemas de saúde graves. O relatório conclui

que, nas maiores cidades da Europa, três em cada cinco residentes estão expostos a níveis nocivos de ruído

devido ao tráfego. Mesmo nas zonas rurais, há 24 milhões de europeus expostos a um ruido noturno nocivo,

proveniente do tráfego, suscetível de originar problemas físicos e psicológicos. Como fica claro mais uma vez,

no que toca a ruido e poluição sonora os motoristas sofrem um desgaste superior ao normal pois passam a

vida nas estradas mesmo até quando estão a descansar ou a dormir.

Na movimentação de cargas ou passageiros, para além de trabalharem expostos às adversidades

climatéricas, estão também sujeitos aos riscos inerentes a este tipo de esforço que envolve movimentos

repetidos de flexão e extensão do tronco e podem, por isso, gerar problemas ao nível da coluna vertebral.

Muitas vezes têm de fazer uma passagem brusca da posição sentada e prolongada para esforços de

grande intensidade muscular que, com o corpo frio, acentua os riscos de micro lesões, que se vão acentuando

ao longo dos anos ou mesmo a lesão súbita devido aos efeitos cumulativos dos esforços repetidos. Dado o

ritmo acelerado da profissão, não têm tempo de fazer alongamentos musculares nem de aquecer os músculos

devidamente, não se preparando assim para os esforços de grande intensidade. Os motoristas de autocarros

não estão livres destes esforços pois muitas vezes têm de carregar e acondicionar nas bagageiras as malas

dos passageiros.

Riscos ligados à manutenção de uma postura sentada prolongada – A postura fixa durante a totalidade ou

a maior parte do tempo de trabalho expõe os motoristas de veículos pesados ao risco de perturbações

músculo-esqueléticas que podem afetar a coluna vertebral e toda a cintura escapular, podendo ainda causar

doenças cardiovasculares e deficiente circulação periférica, dores ligamentares e articulares devidas a tensões

ou pressões prolongadas decorrentes de posturas inadequadas, que começam por provocar dores e

contraturas e acabam por determinar deformações raquidianas irreversíveis, como também perturbações

digestivas, estas últimas são ainda acentuadas pela prática comum de horários de refeição muito irregulares.

Segundo o Centro Nacional de Informações de Biotecnologia, que faz parte da Biblioteca Nacional de

Medicina dos Estados Unidos. Diz que o motorista de veículos pesados que viaje, cerca de 125 000

quilómetros por ano tem uma redução na qualidade do sono de 86%, um risco de obesidade em 78%, e um

risco adição ao tabaco de 73%, concluindo que 43% destes trabalhadores tem uma baixa qualidade de vida.

Síndrome de apneia obstrutiva do sono (SAOS) – Uma pesquisa feita na Itália mostrou que metade dos

motoristas entrevistados tinha pelo menos um problema respiratório relacionado ao sono, como apneia. Esse

tipo de complicação prejudica a saúde e pode levar motoristas a dormir ao volante. São muitos os acidentes