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II SÉRIE-B — NÚMERO 17

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União Agrícola 1.º de Dezembro simboliza a importância inestimável e secular das coletividades, associações e

clubes. Como baluarte de construção coletiva, a sua fundação acrescentou um alicerce à história das sociedades

filarmónicas no concelho do Barreiro, na região e no País.

Com um inestimável património, material e imaterial, a SFUA ocupou a fileira de democratização da cultura,

do lazer e do recreio, erguendo-se como um espaço de convívio, fraternidade e aprendizagem coletiva que foi

muito além dos limites da freguesia. Como escola de vida e de vivência democrática, a sua história acompanha

a história do povo do Barreiro, de Setúbal e de Portugal. As suas vivências, contradições e dificuldades, mas

também conquistas e superações, são parte constitutiva da terra e da vida de milhares de crianças, jovens,

homens e mulheres que abnegadamente construíram um espaço de solidariedade, de trabalho coletivo e de

edificação de uma sociedade mais justa.

Ao longo do seus cento e vinte e cinco anos, a sociedade filarmónica promoveu o acesso democrático à

cultura, ao recreio e ao lazer, através do ensino de música e da sua banda filarmónica, do acesso ao teatro, das

memoráveis sessões de cinema, da revista, das matinés e bailes. Em períodos de enormes dificuldades, soube

resistir, manter-se e renovar-se, demonstrando o enraizamento e o reconhecimento do valor inestimável do

movimento associativo popular para o progresso das sociedades, para o desenvolvimento social, cultural,

desportivo, político e económico.

Assim, a Assembleia da República saúda a Sociedade Filarmónica União Agrícola 1.º de Dezembro pelos

seus cento e vinte e cinco anos, valorizando os milhares de dirigentes associativos, associados e populações

que, através da cooperação e trabalho coletivo, mantêm vivo o movimento associativo.

Assembleia da República, 11 de dezembro de 2023.

Os Deputados do PCP: Paula Santos — Bruno Dias — Alma Rivera — Duarte Alves — Alfredo Maia — João

Dias.

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PROJETO DE VOTO N.º 529/XV/2.ª

DE PESAR PELO FALECIMENTO DA FADISTA MARIA JOÃO QUADROS

Maria João Quadros, uma voz inconfundível e uma presença luminosa no mundo do fado e no panorama

cultural de Portugal, deixou-nos no dia 8 de dezembro de 2023.

Maria João Quadros nasceu em Moçambique, no ano de 1950. Trazia na sua voz a alma da portugalidade e

personificou o fado com uma autenticidade e paixão que transcendeu gerações, tornando-se uma das mais

respeitadas e amadas fadistas da Nação.

A sua carreira foi um tributo ao fado, a expressão mais pura da cultura portuguesa. Maria João Quadros não

só interpretou melodias tradicionais com maestria, como também inovou, adicionando a sua própria marca

pessoal e elevando esta arte a novos patamares. Através da sua música, partilhou a riqueza da língua

portuguesa e a profundidade da nossa alma coletiva, com inúmeras atuações em casas de fado de renome,

assim como em palcos nacionais e internacionais, levando a alma do fado português além-fronteiras.

A sua partida deixa um vazio imenso no mundo da música e na cultura portuguesa. Reconhecendo o seu

legado imensurável na música e na cultura portuguesas, a sua falta será profundamente sentida, mas a sua

música e a sua paixão pelo fado viverão para sempre.

Pelo exposto, reunida em sessão plenária, ao abrigo do n.º 1 do artigo 75.º do seu Regimento, a Assembleia

da República, manifesta o seu profundo pesar pelo falecimento da fadista Maria João Quadros, uma voz eterna

no panorama do fado português e expressa as mais sinceras condolências à família, amigos e a todos os que,

como nós, foram tocados pela sua arte e pelo seu espírito.