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II SÉRIE-B — NÚMERO 17

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Estudante universitário de matemática e físico-química, o fascínio pela magia do teatro que germina ainda

na infância por influência familiar faz nascer, aos 17 anos, Carlos Avilez.

Carlos Avilez estreou-se profissionalmente como ator em 1956 na Companhia Amélia Rey Colaço – Robles

Monteiro, onde permaneceu até 1963, quando passa a dedicar-se à encenação, onde deixa marca profunda,

estreando-se com a peça de teatro A Castro, de António Ferreira, destacando-se à época pelo seu cunho

inovador e audacioso.

Como encenador passa pela Sociedade Guilherme Cossoul, pelo Teatro Experimental do Porto (TEP) e pelo

Círculo de Iniciação Teatral da Academia de Coimbra (CITAC), onde encenou As Bodas de Sangue, de Frederico

Garcia Lorca, com música de Carlos Paredes.

Em 1965 funda, com outros artistas, como Maria do Céu Guerra, João Vasco e Zita Duarte, o Teatro

Experimental de Cascais (TEC).

O TEC desenvolveu, ao longo dos seus 58 anos de existência, uma atividade contínua de pesquisa e

experimentação, encenando, entre outras peças, D. Quixote, Fedra, Galileu, Galilei, Rei LearInês de Portugal,

Tempestade, Os irmãos Karamazov, entre outros. Aí, em 1993, emerge o projeto da Escola Profissional de

Teatro de Cascais, por si fundada e da qual foi diretor e docente, onde formará e inspirará centenas de

profissionais.

Foram inúmeros os espetáculos que encenou, as companhias que integrou e dirigiu e os projetos artísticos

que protagonizou, tendo sido ainda Diretor do Teatro Nacional D. Maria II e do Teatro Nacional de S. João, bem

como Presidente do Instituto de Artes Cénicas.

No exterior, destaca-se o seu trabalho em França, com Peter Brook, e, na Polónia, com Jerzi Grotowsky,

tendo, além do teatro, encenado diversas óperas entre as quais Carmen, Contos de Hoffmann, As variedades

de Proteu, O Capote, Inês de Castro, O Barbeiro de Sevilha e Madame Butterfly.

Ao longo da sua vida o seu trabalho foi objeto de reconhecimento, sendo agraciado, entre outros, com o grau

de Comendador da Ordem do Infante D. Henrique, com as Medalhas de Honra e Mérito Municipal da Câmara

Municipal de Cascais, de Mérito Cultural da Secretaria de Estado da Cultura e da Associação 25 de Abril e a

Medalha de Mérito Cultural da Vila de Óbidos.

No Teatro Experimental de Cascais, também no espaço Teatro Mirita Casimiro em memória da atriz que

integrou o seu elenco, Carlos Avilez dedicou muitos dos seus anos de vida com especial paixão, encenando aos

88 anos de idade a sua última peça Ellectra, a partir da trilogia Electra e os Fantasmas, de Eugene O’Neill, em

cena aquando do seu desaparecimento.

Neste momento de enorme perda para a cultura portuguesa, a Assembleia da República manifesta o seu

profundo pesar pela morte de Carlos Avilez, vulto incontornável da história do teatro português, destacando o

seu percurso enquanto pedagogo e encenador inovador e audacioso, cuja marca permanece e nos inspira,

endereçando à família e amigos, as mais sinceras e sentidas condolências.

(Texto inicial substituído a pedido do autor)

Faleceu no dia 22 de novembro, aos 88 anos, Carlos Vítor Machado, conhecido por Carlos Avilez, figura

maior do teatro nacional, que nos deixa um legado incontornável na arte da encenação e da formação de atores.

Estudante universitário de matemática e físico-química, o fascínio pela magia do teatro que germina ainda

na infância por influência familiar faz nascer, aos 17 anos, Carlos Avilez.

Carlos Avilez estreou-se como ator em 1956 na Companhia Amélia Rey Colaço – Robles Monteiro, onde

permaneceu até 1963, quando passa a dedicar-se à encenação, onde deixa marca profunda, estreando-se com

a peça de teatro A Castro, de António Ferreira, destacando-se à época pelo seu cunho inovador e audacioso.

Como encenador passa pela Sociedade Guilherme Cossoul, pelo Teatro Experimental do Porto (TEP) e pelo

Círculo de Iniciação Teatral da Academia de Coimbra (CITAC).

Em 1965 funda, com outros artistas, como Maria do Céu Guerra, João Vasco e Zita Duarte, o Teatro

Experimental de Cascais (TEC) que desenvolveu, ao longo dos últimos 58 anos, uma atividade contínua de

pesquisa e experimentação, tendo aí emergido, em 1993, o projeto da Escola Profissional de Teatro de Cascais,

por si fundada e da qual foi diretor e docente, onde formará e inspirará centenas de profissionais.

Foram inúmeros os espetáculos que encenou, as companhias que integrou e dirigiu e os projetos artísticos