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19 DE JUNHO DE 1993

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Dizer que não há não diz.

Quando aparece num determinado país uma doença pela primeira vez é indispensável fazer-se um diagnóstico global, para se obter a verdade científica.

3.4 — Dr. Matos Águas:

0 1caso de BSE diagnosticado no LNTV foi em Junho de 1990.

O 2.° caso foi em Fevereiro/Março de 1991. O 3." caso foi em Janeiro/Fevereiro de 1992. 0 4.° caso foi em Janeiro/Fevereiro de 1993. Todos os casos são da região norte do País. A BSE foi diagnosticada sem dúvida absolutamente nenhuma.

O LNIV comunicou o resultado, verbalmente e por escrito, mais tarde, à DGP.

O LNIV não tem de fazer comunicações.

Se foi ou é posto em dúvida o diagnóstico, pode-se ainda recorrer a especialistas estrangeiros.

O Dr. Azevedo Ramos e o Dr. Alexandre Galo são os únicos investigadores, em Portugal, habilitados a fazer o diagnóstico.

Existem várias lesões que se podem assemelhar ou não a estas, provocadas pelos mais variados agentes. Só que as lesões da BSE são características.

Toda a vida, em todo o lado, se utilizou o diagnóstico histopatológico.

Não posso dizer se existe ou não, pois essas vacas foram abatidas, dado que o diagnóstico é sempre post mortem.

Sei que, neste momento, existe pelo menos mais uma vaca suspeita. Também não sei se vai ser positiva.

Existem lesões do mesmo tipo; todavia há quem as possa diagnosticar.

Não existe absolutamente nenhuma possibilidade de ser confundida com outra doença.

Sobre a confidencialidade, diz ter sido informado verbalmente pelo ex-director da DGP.

As escolhas dos investigadores para frequentar o curso, em Inglaterra, foram apenas da sua responsabilidade. A proposta foi feita e superiormente aceite.

O agente não é cultivável in vitro. No entanto, existe talvez um centro, em todo o mundo, que consegue cultivá-lo.

Existem outras técnicas, não de rotina, mas de investigação.

Não são necessários outros exames.

Não há diagnósticos diferentes.

Podiam fazer-se mais estudos, mas ao ser-lhe dito que aquele assunto era confidencial, não se podiam fazer.

Podia fazer-se a inoculação em ratinhos, mas demorava muito tempo. Não era prático.

Não sei por que razão o nosso caso há-se ser diferente da Inglaterra.

Passei à situação de aguardar reforma em 27 de Abril passado.

Face aos dados estatísticos da Inglaterra, é verdade que existiriam casos em Portugal.

Entende que não foi dada correcta informação aos veterinários.

Nunca o Sr. Director-Geral da Pecuária pôs em causa a credibilidade do laboratório.

Se o quisesse, era na altura própria.

Segundo consta em literatura, o período médio de incubação é da ordem dos 5 anos.

Não tenho nenhuma dúvida de que houve encefalopatia espongiforme bovina.

Nenhuma dúvida de que deu a informação ao director--geral.

Não sei quando estará pronto o exame do último caso, pois já não estou no laboratório. ' .

3.5 — Prof. Manuel da Cruz Braço Forte Jjinior: Foi director do LNTV, durante alguns anos.-

Para o professor, a encefalopatia espongiforme bovina não está assinalada cientificamente em Portuga!. .

A prevalência da doença em termos epidemiológicos vai de 0,1% a 0,4%.

Opina que os laboratórios (Lisboa e Porto) se ocuparam do estudo de forma incompleta.

Não foram aplicados exames complementares de diagnóstico que se impunham para um total esclarecimento.

A suspeita de meningite purulenta é de valorizar.

No 3.° caso relata uma síndrome pouco significativa.

Justificavam-se todos os esforços no sentido de se fazer um diagnóstico diferencial.

A Inglaterra, em 1986, identificou e caracterizou a doença. Em 1987 fez a primeira publicação.

Em Maio de 1988 fez a notificação à OB5. Em Junho do mesmo ano foi tomada como declaração obrigatória.

A encefalopatia espongiforme dos bovinos deriva da scrapie dos ovinos e caprinos.

A doença não se transmite nem horizontal nem verticalmente.

São necessários cerca de 8 I de soro fisiológico salgado para a fixação do encéfalo. É fixado durante três semanas.

A microscopia electrónica é essencial. Sobretudo, num país onde não foi detectada.

Quando se faz o estudo de uma doença pela primeira vez deve-se recorrer a todos os meios auxiliares.

A BSE não está comprovada no nosso Pais.

No nosso País há o risco do aparecimento da doença mas não há confirmação do risco.

Não são quadro dias no laboratório central do Weybridge que lhes confere o título de especialistas.

Se fosse director do laboratório, seriam os ticnicos mais competentes que seriam responsabilizados por um trabalho deste tipo.

Seriam utilizados todos os serviços que julgassse necessários para resolução do problema.

Nunca se atiraria para fora do laboratório um diagnóstico que pudesse ser contestado.

Não existe, de momento, qualquer método que detecte a BSE em animais vivos. Para detectar a doença é necessário que os animais estejam doentes.

Do ponto de vista epidemiológico admito tal situação, mas é preciso demonstrar.

Repito que a doença não está confirmada em Portugal.

Por que não se recebeu bem o pedido feito pelo Prof. Armindo Filipe?

Por que não se pediu à Faculdade de Medicina Veterinária um técnico anátomo-patologista?

A comunidade técnico-científica deste país não pode assumir a responsabilidade de dizer que a BSE existe em Portugal. Esgotem-se todos os meios para se fazer o estudo do problema.

Deixou a Direcção do LNIV em 1986.

Através das lâminas não é possível fazerem-se os exames complementares.

Existem os meios técnico-científicos para fazer o diagnóstico da BSE, mas não foram utilizados.

3.6 — Dr. Edmundo Pires:

A Direcção de Serviços de Saúde Animal tem como atribuições promover, coordenar e orientar a defesa sanitária dos animais domésticos.

A BSE é uma doença de declaração obrigatória no nosso país desde 1990.