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II SÉRIE-C — NÚMERO 21

Em Abril formalizou-se a adesão do escudo ao mecanismo de taxas de câmbio do SME, o que veio reforçar a credibilidade da política de redução da inflação até aí prosseguida.

O Banco de Portugal reduziu então ligeiramente as suas taxas de intervenção, o que se transmitiu às taxas do mercado financeiro em geral, com particular relevância às de curto prazo.

Entre Junho e Agosto consolidou-se a descida da taxa de inflação, o que, a par do anúncio da liberalização dos movimentos de capitais e do aumento da liquidez, contribuiu para a baixa das taxas de juro.

Com o controlo à entrada de capitais existente até aí, o mercado de divida pública mantinha-se segmentado, uma vez que as taxas de juro se apresentavam mais elevadas no segmento vedado aos não residentes. A unificação do mercado da dívida pública, verificada após a liberalização, veio criar condições à descida das taxas de juro e tornar o financiamento externo uma alternativa viável.

No entanto, a crise do SME a partir de Setembro veio constituir um entrave à manutenção daquela evolução e só apenas em final do ano, com a realização plena da liberalização dos movimentos de capitais e com uma certa acalmia do sistema cambial, se conseguiu retomar o processo de redução das taxas de juro.

Os indexantes da dívida pública sofreram uma redução ao longo do ano, sendo a TBA, formada por uma média das taxas de colocação dos bilhetes do Tesouro, particularmente sensível às variações sentidas nos mercados monetários.

O seu comportamento ao longo do ano reflecte, aliás, essa sensibilidade, tendo vindo a decrescer até Maio (de 17,5% para 16%), inflectindo no sentido ascendente entre Junho e Julho, para descer, acentuadamente em Setembro, situando-se em pouco menos de 14%. A partir daí começou de novo a crescer até perto dos 15,5% no final do ano.

Estão indexados a esta taxa os títulos de dívida pública destinados aos investidores institucionais, como por exemplo os FIP.

A TRO, fixada administrativamente pelo Banco de Portugal, manteve-se constante ao longo do ano (16%), apesar das oscilações do mercado.

A ela estão indexados alguns dos empréstimos, ainda vivos, colocados até 1988.

A TD3, que se aplicou a empréstimos destinados a particulares (certificados de aforro e tesouro familiar), manteve um comportamento mais ou menos constante até Agosto, com valores ligeiramente acima dos 14,5%; a partir daí começou a decrescer até ao final do ano, em que apresentou um valor de 13,5%.

Evolução dos principais Indexantes da dívida pública em 1992

"VER DIÁRIO ORIGINAL"

A nível do mercado secundário, regista-se a constituição, no início do ano, das Associações das Bolsas de Valores de Lisboa e Porto, com o objectivo de organizar e administrar as respectivas Bolsas.

De assinalar ainda um decréscimo nos custos das transacções em bolsa.

Mercado primário

Em mercado primário, a emissão de títulos sofreu um decréscimo de 43,6% relativamente ao ano anterior. Para este comportamento muito contribuíram os valores do Tesouro, que, depois do grande volume de emissões ligado à grande operação de absorção de liquidez do sistema financeiro, ocorrida em 1991, entraram numa fase de normalização.