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57 | II Série C - Número: 055 | 14 de Maio de 2007


para as possibilidades de trabalho que o turismo em Tróia poderá proporcionar, gostariam de poder oferecer cursos na área de hotelaria. Ao nível do ensino secundário os alunos preferem os cursos profissionalizantes.
Referem ainda a falta de uma valorização das profissões tradicionais, que consideram fazer falta no mercado de emprego. Acrescentam também que para muitos a formação profissional é mais um meio para obter subsídios…Qualificam de perniciosa a subsidiodependência que cria culturas familiares que não estimulam a formação de hábitos de trabalho.
A escola está também envolvida na criação de cursos de português para estrangeiros e tem, inclusivamente, estado a realizar exames para a aquisição da nacionalidade.
Pretendem também tentar as escolas de pais e as RVCC. A comunidade cigana merece também uma atenção especial, particularmente no que diz respeito às meninas, pois após a primeira menarca elas são normalmente prometidas em casamento e impedidas de frequentar escolas com meninos da mesma idade. As mães costumam pedir para que se as deixe ficar prolongadamente no quarto ano. A escola está a pensar criar um CEF de culinária e costura, no sentido de lhes possibilitar completar a escolaridade obrigatória qualificando-as, respeitando simultaneamente os seus preceitos culturais.
No respeitante à indisciplina, consideram que ela condiciona fortemente o sucesso escolar e apelam a medidas tendentes ao reforço da autoridade individual e colectiva do professor e coragem política para alterar o Estatuto do Aluno e responsabilizar mais os pais.
Conclusão: por tudo o que ficou registado nesta visita parece haver um conhecimento da realidade e um grande desejo de não baixar os braços. O funcionamento da escola em regime duplo, a degradação dos espaços são sentidos como obstáculos que a prometida escola nova, esperam, irá minimizar.

A Deputada Relatora, Júlia Caré.

Agrupamento de escolas do Monte da Caparica, Almada

Participantes na reunião: Presidente do Conselho Executivo, Presidente da Assembleia do Agrupamento, Presidente do Conselho Pedagógico, Assembleia do Agrupamento, Coordenadores de Departamento, Auxiliar de Acção Educativa e Coordenadora do Centro de Recursos.
Deputados: Luís Rodrigues, do PSD, e Júlia Caré, do PS.
Questões/dificuldades: consideram que se as situações graves de indisciplina, violência e episódios de agressividade contra professores têm vindo a diminuir, de há 20 anos para cá, e a escola está globalmente melhor; há, no entanto, outro tipo de problemas advindos das profundas alterações verificadas na família e na sociedade. Não sendo um gueto, a escola reflecte o que de melhor e pior há no meio envolvente. Consideram que a valorização dos direitos, princípio democrático inalienável, esqueceu os deveres igualmente necessários a uma sã convivência social. Acrescentam que a escola pública é o espaço privilegiado onde estas contradições da evolução da sociedade mais se verificam. Entendem que a sociedade actual é laxista, não há respeito pelas regras, perdeu-se o sentido da obediência, do respeito ao professor, tudo se desculpabilizando, sem limites. A adicionar a esta falta de respeito generalizada, acham que a escola está pouco valorizada enquanto instituição. Acusam os media, a televisão e um certo discurso lá fora, de contribuir para esta crescente desvalorização dos saberes e dos professores. O lugar comum é a ausência de regras, das famílias, dos afectos. Muitos alunos vêm à escola, mas não querem fazer nada; não trazem materiais, a escola nada lhes diz; gostariam de aprender outras coisas mas precisam ter quinze anos e desistem de querer aprender muito antes dessa idade; por outro lado a escola considera não ser só com cursos profissionais que o problema se resolve, pois a recusa ao estudo é uma constante, desde que se lhes exijam o domínio das competências básicas.
Os pais às vezes desistem dos filhos e tudo se reflecte na sala de aula, de onde há frequentes expulsões por motivos disciplinares. Grave causa de indisciplina é o uso de telemóveis pelos alunos, a constante troca de mensagens é fonte de conflitos. Sobre a questão das faltas, não concordam com a actual despenalização, mesmo na escolaridade obrigatória, considerando inaceitável que alunos suspensos por motivos disciplinares, tenham as faltas automaticamente justificadas.
Privilegiam a colaboração da PSP, e da Escola Segura, melhorada este ano devido à reformulação do projecto, considerando não poder haver retrocessos nesta questão, dado a presença dos actuais dois guardas e o patrulhamento constante ser fundamental no controlo dos alunos que faltam e um contributo inestimável na hora do almoço e à saída, onde às vezes se verificam problemas. Acrescentaram ainda a boa articulação com a escola, a eficácia dos agentes à paisana e o facto de aparecerem sempre que solicitados.
Enfatizaram serem mais graves do que nos outros ciclos, os problemas no 1.º ciclo, que tem quatro escolas, duas com jardim de infância e duas em bairros problemáticos. Dizem ser total a ausência de regras e acusam os pais de não respeitarem os professores, havendo mesmo casos de agressão de pais a docentes.
Consideram que o sistema falha na família, o professor é a «mãe» e os alunos são como «panelas de pressão» que rebentam na escola. Ainda em relação ao 1.º ciclo reclamam da falta de recursos para a Escola a Tempo Inteiro, ao nível da segurança, e de auxiliares de acção educativa.
Em relação aos pais, reconhecem que a relação é razoável, cerca de 50% participam nas reuniões quando são chamados, não para dizer mal dos filhos, mas muitos têm horários de trabalho terríveis que não lhes