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5 | II Série C - Número: 063 | 18 de Junho de 2007


documento do Governo, o Banco de Portugal publicou o Relatório de Estabilidade Financeira de 2006, no qual refere que, no final de 2006, o endividamento dos particulares representava 124% do rendimento disponível (aproximadamente 90% do PIB).
O investimento, «ainda que evidenciando alguma melhoria face a 2005, não acompanhou a recuperação da actividade, nomeadamente das exportações, registando uma diminuição em 2006 (-1,6%)». Para tal resultado, o Relatório do Governo assinala o comportamento do investimento em construção, apenas parcialmente compensado pela recuperação do investimento em material de transporte.
É ainda afirmado que «o fraco desempenho do investimento é um dos principais determinantes que tem condicionado o ritmo de recuperação da economia. (…) No entanto, é esperada uma recuperação gradual desta variável ao longo de 2007, o que já é sinalizado pelos dados disponíveis para o primeiro trimestre do ano».
No que respeita às exportações, que cresceram 8,8% em 2006, a aceleração registou-se tanto nos bens como nos serviços. Verificou-se um maior dinamismo das exportações para mercados tradicionais como Alemanha, EUA e Espanha, mas também para mercados não tradicionais (Angola, Singapura e Brasil). As máquinas e aparelhos, os metais e minerais e o material de transporte foram os sectores que mais contribuíram para o crescimento nominal das exportações de bens, em detrimento dos produtos tradicionais, como o vestuário e o calçado.
Considera o Governo que «esta evolução poderá constituir o reflexo de uma reorientação no padrão de especialização da estrutura exportadora da economia portuguesa para produtos de maior valor acrescentado».
Nos dois primeiros meses de 2007, as exportações de bens continuaram a evidenciar um crescimento elevado (13,6% em termos homólogos nominais), embora dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE) relativos ao primeiro trimestre avancem com um crescimento homólogo das exportações na ordem dos 8,1%.
As importações também aceleraram em 2006, mas a um ritmo inferior ao das exportações, conduzindo a um desagravamento do défice da Balança de Bens e Serviços para 7,8% do PIB (8,6% em 2005).
No entanto, as necessidades de financiamento da economia portuguesa, medidas pelo défice conjunto das Balanças Corrente e de Capital, registaram um novo aumento, fixando-se em 8,7% do PIB (8,1% em 2005), em resultado da deterioração do saldo da Balança de Rendimentos.
Em 2006, verificou-se uma recuperação do emprego, que aumentou 0,7%, após uma estagnação em 2005, beneficiando de um enquadramento económico mais favorável.
De acordo com o Relatório, esta evolução reflectiu, principalmente, a retoma do crescimento do emprego na indústria (depois de cinco anos consecutivos de quebras), apesar do sector dos serviços ter continuado a registar o maior contributo.
A taxa de desemprego aumentou 0,1 p.p. para 7,7%, não mencionando o Relatório os resultados já apurados pelo INE relativamente ao desemprego no 1º trimestre de 2007, o qual atingiu 8,4%, um dos valores mais elevados das últimas décadas.
A inflação média anual, medida pelo Índice de Preços no Consumidor (IPC), registou em 2006 uma subida de 0,8 p.p. face a 2005, situando-se em 3,1%. O Governo reconhece que «a aceleração dos preços reflectiu, em parte, o impacto das alterações de fiscalidade introduzidas em Julho de 2005 (aumento da taxa normal de IVA, cuja transmissão para o preço de venda ao público deverá ter sido prorrogada por alguns meses) e em Janeiro de 2006 (Imposto sobre o Tabaco, Imposto Automóvel e Imposto sobre os Produtos Petrolíferos)».
O diferencial da taxa de inflação média anual face à área do euro, medido pelo Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC), aumentou significativamente em 2006, atingindo 0,9 p.p. (-0,1 p.p. em 2005), considerando o Governo que este diferencial se esbaterá a curto prazo.
O Relatório de Orientação da Política Orçamental contempla um ajustamento das projecções macroeconómicas para 2007 e 2008 face às apresentadas na actualização para 2006-2010 do PEC.
As hipóteses subjacentes ao enquadramento internacional sofrem também um ajustamento, sendo de realçar o aumento das taxas de juro de curto prazo e a diminuição do preço do barril de petróleo.
Enquadramento Internacional — Principais Hipóteses

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