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foi dito que frequentemente acontece e terá acontecido neste caso. Qual é o fundamento dessa decisão e o que é que a motivou? Não nos explicou isso e só nos disse que sabia que o Inspector Gonçalves Pica, e apenas ele, era testemunha no processo e tomou essa decisão sem sequer saber se ele alguma vez lá tinha estado presente ou se tinha assistido fosse ao que fosse.

O Sr. Presidente: - Em seguida, vou dar a palavra à Sr.ª Deputada Isabel Castro, porque o Sr. Deputado, agora, não fez nenhuma pergunta mas um breve comentário às respostas do Sr. Director Nacional. Depois de a Sr. Deputada Isabel Castro ter formulado as suas perguntas e obtido as respostas, terminamos uma primeira ronda e eu iria fazer uma interrupção dos trabalhos por meia hora, para possamos descansar um pouco e comer qualquer coisa, retomando-os logo em seguida com a ordem de inscrições que já temos.

O Sr. Osvaldo Castro (PS): - Sr. Presidente, deixe-me dizer um brocardo: a praxis é o grande critério da verdade!

O Sr. Presidente: - Tem a palavra a Sr.ª Deputada Isabel Castro.

A Sr.ª Isabel Castro (Os Verdes): - Sr. Presidente, em primeiro lugar, gostaria de dizer ao Sr. Dr. Adelino Salvado e julgo que é importante porque falou longamente da questão antes de responder às perguntas formuladas pelos Deputados desta Comissão de Inquérito, que, para nós, a sua presença é clara e o seu depoimento tem a ver com uma responsabilidade que a Assembleia da República tem, de controlar e fiscalizar os actos do Governo e da Administração.
Portanto, é nessa dupla responsabilidade, que foi assumida com o mandato que temos, que se entende a presença de cada um de nós e que julgo que o Sr. Dr. tem de entender a sua presença nesta Comissão.
Em segundo lugar, gostaria de lhe dizer que a minha formação não é na área do direito. Mas, mesmo que fosse, não é nessa qualidade que estamos a falar e também lhe devo dizer que me parece que, para que se alcancem os objectivos que temos fixados para nós próprios, é importante que se responda com clareza e objectividade e que se tenha presente o dever de colaboração e de cooperação.
Muito francamente, devo dizer-lhe - e isso, provavelmente, tem a ver com o meu temperamento, e ele acaba por moldar muitas coisas - que me parece que aquilo que referiu há pouco destoa um pouco do tom que até agora imprimiu e não me parece a melhor forma de responder a esta Comissão.
Assim, espero que aquilo que disse no início, ou seja, que lida mal com a imprensa, não seja também indício de que lida mal com os Deputados. Estará o Sr. Dr. cansado, mas outros também o estão, e esta foi a metodologia aceite; o Sr. Dr. aceitou também que os trabalhos se fizessem com esta dureza e deste modo, sem uma interrupção até agora. Portanto, digamos que esta foi a regra do jogo livremente aceite e julgo que todos temos de lidar com as consequências que isso implica.
Dito isto, há um conjunto de dados muito significativos que o seu testemunho trouxe. Enfim, há aspectos laterais que ficámos a saber pela sua intervenção e pelas suas respostas anteriores, designadamente o facto de ser uma pessoa que não costuma ler jornais, e referiu isso a propósito de duas notícias publicadas, uma no Público, sobre uma determinada matéria, num determinado dia, e outra no Independente. De qualquer modo, devo dizer-lhe que esse facto não impossibilitou que, no dia em aqui está, fizesse chegar a um jornal matéria que tem directamente a ver com o objecto desta Comissão e, portanto, esse facto nós registamos, como registamos a declaração que nos fez chegar, aliás, um documento que me parece extremamente interessante, da Dr.ª Maria Cândida Almeida.
Mas gostaria de tentar fazer uma retrospectiva e recapitular algumas das coisas, só para ver se o meu pensamento está correcto e se interpretei correctamente as suas declarações, até porque, como compreende, a metodologia que utilizámos não foi a de "pergunta-resposta", o que porventura facilitaria ter sido mais claro, mais preciso, mais sintético e mais objectivo e facilitaria que todos tivéssemos as coisas mais arrumadas.
Porém, decorre do seu testemunho que, quando teve conhecimento de um mandado internacional de captura de um cidadão indiano suspeito de envolvimento numa actividade terrorista, optou por não lhe dar sequência imediata e explicou a leitura que fez do texto constitucional e a razão pela qual nesse momento entendeu desse modo. Presumo que saiba, e gostaria que o confirmasse, ou não, que o mesmo texto constitucional tem soluções alternativas nesse plano, nomeadamente a possibilidade de o cidadão em causa poder ser julgado em território nacional.
Esta é uma primeira pergunta, embora seja uma pergunta lateral, mas já que referiu a razão pela qual optou por não fazer determinada coisa, gostaria de saber se confirma que não desconhece o outro aspecto.
O Sr. Dr. já confirmou não ter alguma vez equacionado - contrariamente a um testemunho que ontem tinha sido feito -, com o Dr. Cunha Lopes, a possibilidade da substituição da Dr.ª Maria José Morgado, e acrescentou agora não ter equacionado essa possibilidade de substituição não só em relação ao Dr. Pedro Cunha Lopes, no início, mas também não o ter feito posteriormente em relação a uma das outras pessoas que aqui foi mencionada, o Dr. Rui do Carmo.
Confirmou o Sr. Dr. que , em 27 de Agosto, pela manhã e porventura coincidindo com o depoimento de ontem, fez um contacto telefónico com a Dr.ª Maria José Morgado - em todo o caso, não exactamente nos termos que nos tinham sido relatados, naquele dia preciso. Portanto, sendo certo que, de acordo com esse testemunho, não foi nesse dia que terá dito "vou mudar isto tudo de alto a baixo (...) - referindo-se, naturalmente à PJ - (...) isto vai levar uma volta... a Sr.ª Dr.ª não concorda comigo (...)"e não tendo sido esse o conteúdo da conversa dessa manhã de Agosto, de acordo com o seu testemunho, pergunto-lhe se se recorda de um outro momento em que uma outra conversa com este teor tenha acontecido.
Outra questão que, de algum modo, eu gostaria de ver clarificada tem a ver com a história de a jornalista directora do Independente ter visitado a Polícia Judiciária. Gostaria que o Sr. Dr. pudesse precisar - porventura não hoje mas, então, que nos fizesse chegar essa informação - qual a via por que soube que uma determinada notícia que tinha a ver com as escutas iria ser publicada