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II SÉRIE-D — NÚMERO 3

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Neste contexto, sublinhou como essencial que o dinheiro dos fundos possa chegar às regiões mais

desfavorecidas, evitando a repetição de erros feitos por outros, nomeadamente a Hungria, no aproveitamento

do dinheiro europeu. Com efeito, sublinhou ser essencial capacitar os pobres e olhar para a demografia,

estratégia mais eficaz e com um preço inferior à dos subsídios sociais, numa região onde mais de 40% da

população sobrevive com menos de 3€ por dia. A integração não pode, nem deve significar o fornecimento de

mão-de-obra barata para os Estados-Membros. Neste contexto, partilhou com os presentes que, durante os

seus estudos universitários, havia trabalhado como empregada de limpeza na Áustria, papel que é agora,

assumido, por muitas emigrantes bósnias.

Defendeu a formação de técnicos da Administração Pública, das ONGs e os lobistas, bem como a execução

de projetos conjuntos com Bruxelas, para que a “amizade possa perdurar para além do contexto das

conferências”.

Salientou ainda a importância da igualdade de etnias referindo-se, especificamente, a sua própria etnia

cigana, mencionando ainda a necessidade de se distinguir entre nacionalismo saudável e discurso radicalista.

Terminou, referindo que é mais o que nos une do que o que nos separa.

5. Sessão 3 - O efeito transformador do processo de adesão na região- desafios e conquistas

A sessão, presidida pelo Deputado búlgaro Petar Petrov, teve início com uma alocução da MEP Julie Ward.

A oradora começou por referir, que a maior parte dos cidadãos dos Balcãs Ocidentais já se sente parte do

projeto europeu e que, apesar de todas as dificuldades, se sente a força transformadora do processo de adesão

naquela região. Salientou a necessidade de reconciliação e estabilidade, bem como a demonstração do

empenhamento com o Estado de Direito, o respeito pelo acervo comunitário, pelos direitos das minorias étnicas,

pela igualdade de género e pela liberdade de imprensa. Sublinhou que, mais do que do enquadramento legal, a

democracia e o respeito pelos direitos humanos dependem de práticas reiteradas e de cidadãos informados,

com uma consciência comum e uma educação cívica vincada. Neste contexto, recordou que a própria UE tinha

ainda de progredir, nomeadamente quanto à forma como trata os refugiados e migrantes, dos quais necessita,

na medida em que o continente europeu se encontra a envelhecer. Recordou a importância da aposta na

educação e no contacto pessoal, salientando o papel do Programa Esrasmus e outros, aberto também aos

jovens dos Balcãs Ocidentais. Terminou, referindo-se à situação no seu país, expressando o desejo de que

ainda possa haver um retrocesso no processo do Brexit e que, se assim não for, os jovens do Reino Unido

possam impulsionar o país a voltar a entrar.

Seguiram-se seis breves alocuções de representantes de ONGs dos países dos Balcãs Ocidentais, que

partilharam a sua experiência no caminho da integração, caracterizado por esperança mas, também, por algum

cansaço, face ao lento andamento dos processos.

Fatmir Curri, da Fundação da Sociedade Civil do Kosovo, referiuque, na década passada, a transformação

de estruturas e alteração de capacidades havia sido um motor de desenvolvimento mas que, entretanto, o

processo esmorecera ou retrocedera. Mencionou que o facto de a estratégia da Comissão Europeia adiar a

integração do Kosovo por mais dez anos, torna o rumo pouco claro e a mensagem dúbia. Referiu, também, que

90% da população kosovar nunca viajou para longe, tendo muita dificuldade em imaginar o sistema europeu e

aludiu ao desapontamento crescente, pelo facto de a UE ter standards duplos no que concerne ao respeito pelos

direitos e valores fundamentais, o que dificulta a tarefa das ONG’s, que acabam por não ter legitimidade para

pedir à sociedade civil para ter padrões mais elevados de respeito pelos valores fundamentais, quando os

políticos não o fazem. Neste contexto, partilhou que, alguns políticos ex-membros das ONG’s, são ainda “mais

políticos” do que os outros. Lamentou que, durante uma (então) recente visita de uma Delegação do PE a

Pristina, o único encontro com a sociedade civil tenha ocorrido num jantar. Sublinhou que, embora o trabalho

com vista à adesão continue, falta a sensação de apropriação das reformas, que são encaradas como uma

imposição europeia, sendo o grau de confiança no processo inferior a 9%. Neste contexto, defendeu que é

necessário retomar o entusiasmo inicial.

Simonida Kacarska, do Instituto de Política Europeia de Skopje, referiu que, embora estando contente com

os avanços no processo, estes chegam com nove anos de atraso. Sublinhou que, conforme resulta da fraca

adesão ao referendo sobre o nome do país, os cidadãos ficaram perdidos. Expressou a vontade de os

representantes dos Balcãs Ocidentais poderem participar nos debates sobre o futuro da Europa e desejou que

o processo de integração, atualmente nas mãos dos executivos, pudesse ter um maior pendor parlamentar, bem