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II SÉRIE-D — NÚMERO 14

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Portugal 2030", a fim de recolher contributos que possam inspirar a posição nacional sobre o novo Quadro

Financeiro Plurianual, o orçamento da UE, fundamental, igualmente, para a definição do seu futuro. Continuou,

aludindo aos resultados provisórios disponíveis, dos quais se conclui que as principais preocupações dos

portugueses são o impacto do Brexit, os problemas relacionados com a juventude, a migração e a agricultura.

Quanto às reformas mais urgentes a implementar, consideram os cidadãos portugueses que estas deverão

incidir sobre as instituições, a migração e o euro. Sublinhou que a maioria dos cidadãos portugueses (78%)

apoia o projeto europeu e acredita que fazer parte da União Europeia é benéfico para o país, uma posição

amplamente partilhada no Parlamento português. Terminou a sua intervenção, referindo que, neste momento -

como em tantos outros momentos difíceis da história da União Europeia - temos de demonstrar aos nossos

cidadãos que somos capazes de ultrapassar os problemas e construir a União Europeia de que necessitam.

Este é um desafio que só poderemos vencer com eles, ouvindo-os e construindo uma União Europeia para eles

e com eles: uma união económica e monetária, mas, mais ainda, uma União de valores comuns como a paz, a

democracia, o Estado de Direito, a igualdade e a solidariedade.

O Vice-Presidente da CAE, Jean-Louis Bourlanges, concluiu o painel, reiterando a sua ideia inicial, de que

nos encontramos entre duas forças contraditórias. Por um lado, estamos cada vez mais fragmentados, o que

gera dificuldades em avançar com as regras europeias. No entanto, ao mesmo tempo, cada Estado tem a sua

crise, como o Reino Unido com o Brexit, a Espanha com a Catalunha, ou os Estados oriundos da antiga

Jugoslávia. Esta situação gera a fragmentação da sociedade e dos partidos, criando um paradoxo de tensão

entre o que fomos - e que implica a nossa união profunda - e o que nos fragmenta. Neste contexto, torna-se

crucial reencontrar o sentimento de partilha. O projeto europeu deverá ser plenamente realizado, em condições

de independência e soberania, mas em comum e com o sentido do longo prazo. Parafraseou M.Rocard,

sublinhado que, se pensarmos a longo termo somos europeus, a curto, nacionalistas. Terminou, recordando que

a Europa está sozinha, tendo sido abandonada pelos EUA e que, se não nos unirmos, “vamos morrer todos,

mas cada um sozinho” (citando Vitor Hugo).

➢ Mesa Redonda – Por um espaço público europeu

Esta sessão foi moderada pela jornalista Véronique Auger, redatora -chefe do magazine "Avenue de

l'Europe" do Canal France 3 e presidente da Associação de Jornalistas Europeus e teve como participantes:

Kinga Brudzinska, investigadora associada do programa “Futuro da Europa”, do Instituto Político GLOBSEC,

da Eslováquia; Noelle O’Connell, Secretária- geral do Movimento Europeu da Irlanda (EMI); e Annamaria Toth,

Encarregada de projetos, do Fórum Europeu Alpbach, na Áustria.

Guiadas pelas questões da moderadora, bem como pelas perguntas de membros da assistência, as

participantes partilharam pontos de vista sobre como fomentar o interesse e a participação nas eleições

europeias de 2019 que, em alguns países, como na Eslováquia, não tem sido objeto de debate; o fraco debate,

em geral, sobre a UE, apenas ligeiramente impulsionado na Áustria devido à atual Presidência do Conselho; o

facto de a Irlanda, que partilha uma forte identidade europeia, sofrer, em primeira linha, as consequências de

um BREXIT que não desejou; o problema das migrações, da segurança social e do orçamento como assuntos

centrais do debate europeu, normalmente numa perspetiva negativa e a forte interação entre os problemas

nacionais e os europeus; o papel dos media na informação e desinformação com ideias negativas sobre a

Europa.

➢ Sessão de Encerramento

A sessão de encerramento contou com as alocuções do Embaixador austríaco em Paris, MichaelLinhart e

da Presidente da Comissão de Assuntos Europeus, Sabine Thillaye.

O primeiro orador, para além de agradecer a organização da reunião, salientou a importância das consultas

aos cidadãos que, na Áustria, são um elemento estratégico para definir as prioridades. Aludiu ao lema da

Presidência austríaca do Conselho da União Europeia, “uma Europa que protege” que, na sua opinião, reflete a

preocupação austríaca com os cidadãos. Referiu-se, ainda, à reunião prevista para a semana seguinte, em

Bregenz, sobre o princípio da subsidiariedade, que deverá guiar o debate sobre quais as áreas de intervenção

europeia.