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II SÉRIE-D — NÚMERO 22

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que a UE tem de se assumir como um verdadeiro ator global nesta área. Terminou, desejando ouvir as

posições dos colegas – sobretudo dos Parlamentos nacionais – sobre o assunto.

Participaram neste debate diversos parlamentares nacionais, muitos deles para sublinhar a cooperação

com a NATO e aproveitando as suas intervenções para opinar a favor ou contra as propostas de deliberação

por maioria qualificada e a constituição de um Conselho de Segurança da UE ou para aludir a pontos

específicos, como as migrações.

Ojārs Ēriks Kalnins (Parlamento da Letónia) aludiu à necessidade de intensificação da cooperação com a

NATO, manifestando a sua preocupação face à menor recetividade dos EUA para cooperar com a UE. Sugeriu

que se influenciasse o Congresso e os think thanks sobre a importância dessa colaboração, visando contrariar

um menor envolvimento da Presidência. Esta posição foi reiterada por Emanuelis Zingeris (Parlamento da

Lituânia), que defendeu a continuação do reforço das relações transatlânticas, acrescentando que, apesar da

atual postura do Presidente dos EUA, nestes tempos atribulados a segurança europeia tem de incluir os EUA,

o Canadá e a Austrália. Miro Kovac (Parlamento croata) repetiu esta posição, salientando que a UE mantém,

como os EUA, a família do «ocidente político» e acrescentando que a UE tem, também, de assumir as

responsabilidades de estabilização do continente europeu. Também o Senador francês Jean Bizet defendeu a

visão de complementaridade entre a NATO e a UE. Acrescentou que a UE deveria compreender que, ao

aumentar o seu contributo, se torna um órgão cada vez mais influente. Aproveitou ainda a sua intervenção

para expressar o seu acordo à maioria qualificada, ainda que com votos ponderados, para que todos os

membros tenham uma palavra a dizer. Concluiu, considerando fundamental que a UE seja capaz de falar a

uma voz única. A ideia da maioria qualificada foi igualmente abordada pelo Senador polaco Wojtkiewicz que,

no entanto, defendeu que a mesma «deveria ser muito próxima da unanimidade». Concordou, ainda, com a

existência de um Conselho de Segurança da UE. A complementaridade UE/NATO foi também expressa por

Gisela Manderla (Bundestag alemão), que acrescentou que a UE só será um parceiro de confiança quando

conseguir atuar como uma frente única, opinando no sentido de que o Conselho de Segurança da UE pode ser

o caminho certo para o efeito. Zsolt Németh (Parlamento húngaro) reiterou a opinião dos colegas.

Acrescentou que, face à nova atitude dos EUA se deveria tentar encontrar os pontos que nos unem, ao invés

de se adotar uma atitude crítica, como ocorreu com a questão de Jerusalém. Aproveitou ainda a sua

intervenção para referir que a UE ainda não está pronta para falar a uma só voz no âmbito da PESC, devido a

falta de liderança e opinou contra a maioria qualificada, com a qual a Hungria tem más experiências,

exemplificando com o caso dos migrantes. Aludiu, por fim, à necessidade de se iniciarem negociações de

adesão com a Albânia e a Macedónia do Norte. Tal como o colega húngaro, mas numa perspetiva diversa,

também Carlos Rojas (Cortes Generales espanholas) aludiu à questão das migrações, que apelidou de

problema multidimensional. Priorizou o combate contra as máfias, que movimentam mais de 7000 milhões de

dólares por ano e a cooperação com os países de trânsito, defendendo uma migração segura, ordenada e

regular. Terminou, concluindo que os êxitos até agora alcançados, como a ação da Frontex e outros, não são,

ainda, suficientes. Vito Comencini (Câmara dos Deputados italiana) reiterou a visão do colega espanhol,

recordando que países como a Itália, a Grécia e a Espanha foram deixados sozinhos com os seus fluxos de

migrantes e que a migração clandestina é, também, um problema de segurança Ainda a propósito da questão

das migrações, saliente-se a intervenção de Ondřej Benesik (Câmara dos Deputados checa), que referiu que,

apesar do Grupo de Visegrado – que se encontra duas vezes por ano para coordenar posições – ser encarado

como uma conceção monolítica e uns «desmancha-prazeres», nomeadamente no que concerne às migrações,

tal nem sempre corresponde à verdade. Neste contexto, referiu que a República Checa tinha recebido 1000

refugiados, um número muito superior ao de outros Estados-Membros, dando a Eslováquia como exemplo.

Registaram-se ainda intervenções de Andreas Schieder (Nationalrat austríaco), que destacou a importância

de desenvolver a PESC, sendo a política de defesa uma simples derivação e não vice-versa, como parece

estar a acontecer. Recordou, ainda, que a UE não tem uma voz unida e determinada ao nível da defesa dos

direitos humanos. Daniela De Ridder (Bundestag alemão) referiu ser necessário aprofundar a coesão,

utilizando os fundos de convergência com mais unidade e com respeito pela soberania. Quanto ao Conselho

de Segurança, considerou ser uma ideia com mérito. Salientou ainda o papel das mulheres nos processos de

paz, bem como a inclusão da digitalização e estratégias de modernização nas políticas da defesa.

Diversos Deputados ao Parlamento Europeu (MEP) usaram da palavra. Vários aproveitaram para a

gradecer a David Mc Allister o seu trabalho na direção dos trabalhos da AFET. No que concerne aos pontos

em discussão, cumpre salientar o seguinte: