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II SÉRIE-D — NÚMERO 22

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concerne ao futuro UE/RU preconizou uma parceria muito estreita, duradoura e forte, em conformidade com o

espírito da declaração política anexa ao acordo e tendo em atenção a relevância do RU, membro permanente

do Conselho de Segurança da ONU, enquanto parceiro. Destacou, em especial, cinco áreas de cooperação

que constam da declaração política e que serão executadas em caso de acordo, pretendendo-se que a

parceria entre em vigor antes da fase de transição e de forma flexível: um diálogo estratégico para

conjugação de esforços na ONU, respondendo aos grandes desafios internacionais e garantindo a

complementaridade dos regimes de sanções; um quadro de cooperação operacional para que o RU possa

participar nos cenários de estabilização, como a formação de soldados na Somália ou a operação no Golfo de

Arden; a participação em projetos de investigação e de desenvolvimento militar, permitindo

compatibilidade de meios; a participação em projetos PESCO, tendo o R.U. manifestado já a intenção de

participar nos projetos de mobilidade militar; a cooperaçãodos serviços secretos, nomeadamente na troca

da informação sobre ameaças híbridas e cooperação na luta contra a cibercriminalidade. Continuou,

salientando que, a falta de acordo – situação que não deseja – significará uma rutura de diálogo, risco de

divergência, trocas de informações limitadas e impossibilidade de entrada em projetos PESCO. Terminou,

recordando que o Brexit não tem qualquer valor acrescentado para nenhuma das partes envolvidas.

Seguiu-se uma fase de debate, que foi inaugurada pela Baronesa Hilary Armstrong (Câmara dos

Lordes/RU). A oradora referiu um relatório aprovado na semana anterior na sua Câmara (Beyond Brexit, how

to win friends and influence people) que identifica áreas de cooperação futura entre a UE e o RU. Terminou,

recordando que estamos nesta situação devido à divisão na UE, nomeadamente com a crise migratória e a

erosão de nacionalismos e populismos. Rozália Ibolya Bíró (Câmara dos Deputados romena) desejou uma

parceria de segurança entre a UE e o RU, esperando ser possível construir uma relação bilateral única. Lorde

Charles Kinnoull (RU) referiu que a atual situação, para o RU, é muito dolorosa. Manifestou o seu desejo de

continuação de cooperação com a UE após o Brexit, também ao nível interparlamentar, à semelhança da

Noruega. Marc Angel (Câmara dos Deputados do Luxemburgo) recordou que a UE é muito mais do que um

projeto económico, sendo um projeto de e para os cidadãos. Salientando que o Brexit contribuiu para a

unidade entre os 27, pretendeu saber o que fazer para, de futuro, manter essa unidade. Jean Bizet (Senado

francês) reiterou a ideia do acervo de valores e questionou sobre uma eventual reposta da UE se, na véspera,

o Parlamento britânico tivesse votado a favor do modelo de união aduaneira. Miro Kovac (Parlamento croata)

refletiu sobre se o RU funcionaria sem a UE ou vice-versa.

Participaram também no debate diversos Deputados ao Parlamento Europeu, maioritariamente a lamentar

o decurso do processo do Brexit. Foi o caso de Alyn Smith (RU, Verdes), que pretendeu ainda saber da

existência de eventuais estratégias de cooperação futura. José Ignacio Salafranca (Espanha, PPE)

manifestou a sua preocupação face a uma saída sem acordo e defendeu a necessidade de se dar mais tempo

ao RU para decidir o que pretende fazer. Eugen Freund (Áustria, S&D) salientou que os britânicos não

pretendem, de forma alguma, participar nas eleições europeias, fugindo delas como “o diabo da cruz” e

manifestou a sua incompreensão com a sucessão de votos negativos no Parlamento britânico. Charles

Tannock (RU/ECR) reiterou a opinião de Michel Barnier quanto ao facto de a situação ser de perda para

ambas as partes. Manifestou o seu desejo de que a cooperação continue, em vários domínios, nomeadamente

ao nível da EUROPOL. Javier Nart (Espanha, ALDE) afirmou não ter lógica estarmos numa posição de

incerteza a dez dias de mais uma data prevista para o Brexit, acrescentando que é uma situação perigosa e

caótica para a UE.

Ao longo do debate foram-se registando respostas de Michel Barnier, que reiterou a ideia de que a UE

está pronta para esperar, bem como para aumentar o nível de ambição da declaração política, não sendo

tarde para ouvir, de novo, os cidadãos. Foram ainda sublinhadas diversas ideias-chave do processo, tais

como: o RU preferiu ficar solitário ao invés de solidário; não se pode comprometer o mercado único que, aliás,

os ingleses ajudaram a construir durante os últimos 47 anos; o RU não pode ter um pé dentro e outro fora da

UE e; não haverá miniacordos: ou há um acordo global, ou não há nada.

11h30 –12h30 — O futuro da política de vizinhança e do alargamento / Troca de impressões com o

Comissário Europeu Johannes Hahn

O Comissário Johannes Hahn iniciou a sua alocução, sublinhando que os níveis de prosperidade e de

bem-estar dos países vizinhos da UE são muito diferentes, tendo aumentado 5 a 6 vezes com a intervenção

da UE. Acrescentou ser essencial garantir a estabilização da vizinhança, única forma de travar as vagas de