O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

16 DE JULHO DE 2019

25

Para o Deputado cipriota Angelos Votsis a moeda única mostrou resiliência durante a crise, mas também

evidenciou pontos fracos, aumento das desigualdades entre «os ricos do Norte e os pobres do Sul»,

concluindo que é necessário uma repartição mais equitativa da riqueza. Considerou que permanecem

desadequados os mecanismos para alcançar a necessária convergência entre os EM da zona euro, embora

reconheça que o clima económico tenha melhorado, sustentando que é essencial acelerar as reformas, e

nomeadamente completar a UB. Considerou importante incentivar a integração dos novos países na zona euro

porque isso também fortalecerá o projeto europeu. Acompanha as conclusões do relatório apresentado por

Pierre Moscovici, também quando destaca o êxito do projeto europeu.

O MPEDimitrios Papadimoulisfez alguns considerandos sobre o que ainda falta fazer. Reiterou a ideia

de que o Euro mostrou resiliência no período da crise financeira e alertou para o perigo do crescimento da

extrema-direita na Europa, minando o projeto do euro. Argumentou que não há democracia sem transparência

na prestação de contas e sem convergência. Dirigindo-se ao Presidente do Eurogrupo, pediu mais

transparência argumentando que «os temas importantes não podem ser tratados à porta fechada», devendo

haver prestação de contas perante o PE os PN. Ao Comissário Moscovici perguntou porque não se age contra

a fuga aos impostos de grandes multinacionais que poderiam financiar, por exemplo, mais escolas e creches.

O Deputado italiano Claudio Borgui questionou a narrativa de sucesso do Euro, sobretudo nos países

mais afetados pela austeridade como a Irlanda, a Grécia ou até a Itália. Afirmou que o desempenho

económico piorou para muitos países e que assistimos a uma divergência entre os países na UE, salientando

ainda que há EM fora da zona euro a crescer mais que os países da zona euro. Também referiu a queda dos

salários reais e o aumento da taxa de desemprego. Concluiu afirmando que «pagamos para fazer parte desta

história de sucesso» e que os populismos são «uma reação democrática do povo europeu contra estas elites».

Para o Deputado grego Gerasimos Balaouras, volvidos vários anos sobre a crise, mesmo admitindo que a

situação económica melhorou, também foram demonstradas as fraquezas do Euro. Acresce que, a seu ver, os

objetivos de convergência e coesão foram postos de parte e a Grécia sofreu muito com a austeridade,

aludindo também aos resultados das «políticas neoliberais» que contribuíram para o aumento da pobreza e

também para a ascensão da extrema-direita. Defendeu que, se queremos uma verdadeira UEM, precisamos

de mais controlo e legitimidade democrática. Contestou a atual situação em que os «tecnocratas [do

Eurogrupo] tomam decisões políticas».

José Manuel Fernandes afirmou que o PE tem propostas para o aprofundamento, a convergência e a

coesão da zona euro, ao contrário do Presidente do Eurogrupo que, na sua opinião, não tem qualquer

proposta. Lamentou que só haja propostas do Europgrupo em junho, depois das eleições europeias, criticando

também a ausência do seu Presidente, no plenário, em Estrasburgo, onde várias propostas foram debatidas.

Sobre o Mecanismo de Estabilização do Euro, perguntou se (o Presidente do Eurogrupo) concorda com a

proposta da Comissão, e se acha suficiente os 30 000 milhões € para esse mecanismo. Questionou também a

sua posição quanto ao modelo de financiamento do mecanismo (se deverá haver novos recursos),

nomeadamente se concorda com a afetação de parte dos lucros do BCE, para que possam constituir recursos

próprios deste embrião do orçamento para a zona euro.

Para Silva Pereira, mais do que celebrar os 20 anos do Euro, somos convocados a refletir sobre como é

que o fortalecemos para enfrentar as divergências atuais e futuros choques. É conhecido o «roadmap» do

Euro e sabemos o que temos de fazer. A pergunta que devemos colocar é porque é que, ao fim de 10 anos,

pese embora tenham sido dados passos importantes, falta tanto por fazer. A seu ver, relaciona-se com o

impasse entre redução e partilha de riscos, afirmando que também há, no PE, quem resista aos avanços na

reforma do Euro. Considera que é crucial ultrapassar esses bloqueios.

Grozdana Perič, Deputada croata, saudou os 20 anos do Euro e informou que a Croácia, que

recentemente aderiu à UE, já iniciou uma estratégia de adesão ao Euro. Cumprindo um conjunto de

procedimentos exigentes, desde 2016, já conseguiram preencher os requisitos para a adesão (défice abaixo

dos 2% e finanças públicas estáveis) realçando ainda que a economia da Croácia se diferencia (dos restantes

países que estão na mesma fase de adesão) por estar bastante bem integrada na zona euro.

O Deputado finlandês ToukoAalto abordou os riscos de um setor privado endividado. Acompanhou a ideia

de que nos encontramos em situação de impasse. Defendeu a existência de um Mecanismo de Estabilização

eficaz.