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29 DE ABRIL DE 2021

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tem de ser a mudança que quer ver no mundo e afirmou a sua opinião de que as mulheres irão liderar o próximo

crescimento económico.

Seguiu-se a intervençãode Carlien Scheele, Diretora do Instituto Europeu para a Igualdade de Género, que

constatou que a pandemia tem sido combatida em conjunto, em termos globais, mas deu nota de que a

experiência de mulheres e homens, face à mesma, é muito diferente, nomeadamente no que toca a perda de

emprego, trabalho presencial e remoto e responsabilidades parentais. Referiu os dados estatísticos que

apresentaria, entretanto, considerando que o foco deve ser a lição a retirar deles: os cuidados são críticos para

as nossas vidas. Frisou a relevância dos cuidadores profissionais, revelando que este é um trabalho essencial,

onde há uma maior presença das mulheres (75%), mas que é muito mal pago na União Europeia e em condições

precárias. Constatou que o volume deste trabalho se exponenciou consideravelmente durante a pandemia,

tendo sido prestado principalmente por mulheres, que o cumularam com outras tarefas. Considerou que a

ausência ou má remuneração deste tipo de trabalho é reflexo de um paradigma que avalia como de menor valor

o trabalho desempenhado pelas mulheres. Revelou que a Alemanha é a exceção ao nível do investimento neste

setor, constatando o facto de todos envelhecerem e de todos virem a precisar de cuidados em algum momento

das suas vidas. Nessa linha, manifestou a sua expectativa de que a pandemia seja o princípio do fim do desprezo

deste tipo de trabalho, defendendo a importância de delinear uma estratégia europeia de cuidadores e de

promover a ocupação de posições de liderança por mulheres e o desempenho por homens de funções

tradicionalmente atribuídas a mulheres.

Concha Andreu, membro da Comissão das Regiões e relatora da Estratégia para a Igualdade de Género,

apresentou-se como mãe, filha, companheira, enóloga, feminista, socialista, Presidente do Governo de La Rioja

e relatora do parecer, pela Comissão das Regiões, sobre a Estratégia para a Igualdade de Género 2020-2025.

Constatou um aumento da procura de serviços sanitários e sociais, bem como a necessidade de adaptação a

circunstâncias desconhecidos para todos. Explicou que o parecer foi aprovado entre março e outubro, online,

tendo sido mantido um processo muito participativo, incorporando contributos externos e a pronúncia de 21

entidades. Revelou que a ideia principal do parecer é a de que as autoridades locais e regionais sejam

reconhecidas como parceiros estratégicos na conceção, aplicação e monitorização da Estratégia e que, para

que exista uma perspetiva de género nas políticas, projetos e programas europeus, fora pedida à União Europeia

a criação de um grupo de trabalho interinstitucional para garantir a governação multiníveis, no qual deve

participar a Comissão das Regiões. Deu nota que, quando apresentaram o parecer, em 5 de março, já se

percebera que a pandemia salientara e agravara desigualdades e que foram as mulheres a pagar o preço,

afetadas de forma desproporcionada, assumindo obrigações dentro e fora de casa. Defendeu que as mulheres

têm de ser consideradas nos planos de recuperação e resiliência que vão ser apresentados, pois estiveram na

primeira linha do combate à COVID-19. Exemplificou como a igualdade de género é uma prioridade no plano de

Espanha, contendo a diretriz «Espanha sem disparidades de género» e é um compromisso da Comunidade de

La Rioja. Considerou que pôr fim à violência de género é um dos maiores desafios das sociedades e que os

Estados-Membros devem ratificar a Convenção de Istambul como sinal de compromisso.

No debate,no qual que participaram os Deputados do PE e os membros dos Parlamentos nacionais, foram

suscitadas questões em torno dos retrocessos verificados na Polónia; da necessidade de fundos pré-afetados

para dar passos concretos para alcançar a igualdade de género; do novo Pacto de Resiliência do PE; da

transformação positiva da experiência adquirida com a pandemia; da vacinação das mulheres a nível europeu

para poderem desenvolver as suas atividades na linha da frente; da sub-representação das mulheres nos

processos de tomada de decisão; da exacerbação das condições precárias do trabalho das mulheres; do

reconhecimento formal do valor económico da prestação de cuidados; da questão cultural da desigualdade entre

sexos; do aumento da violência doméstica e da violências contra as mulheres; da Transição Verde e Digital; do

alargamento do leque de crimes contra as mulheres; da obrigatoriedade de ratificação Convenção de Istambul

por todos os Estados-Membros; da adoção de medidas concretas para as mulheres migrantes e vítimas de

tráfico de mulheres; da saúde mental; da criação de um rendimento mínimo europeu e do equilíbrio entre vida

pessoal, familiar e profissional pelas mulheres.