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29 DE ABRIL DE 2021

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coragem de mudar ou perdemos um futuro com dignidade para todas as pessoas. Ou fazemo-

lo agora ou perdemos a oportunidade de uma sociedade justa onde ninguém fique para trás,

como defende a ONU. É esta uma responsabilidade europeia, uma responsabilidade coletiva

e solidária que temos de assumir para cumprir os nossos tratados.»

– Sandra Cunha (BE)

«Enquanto humanidade já fizemos coisas absolutamente extraordinárias, fomos à Lua e

queremos pisar Marte, comunicamos em tempo real com pessoas que estão do outro lado

mundo, temos tecnologia de ponta, salvamos vidas quando há poucos anos tal seria

impensável, mas, impressionantemente, continuamos com metade da população mundial

entendida como inferior, menos capaz, a ganhar menos, a ser mais precária, sub-representada

nos cargos de liderança e de tomada de decisão política, a ser quotidianamente assediada,

discriminada, vítima de violência doméstica, violada e assassinada. As desigualdades

estruturais de género resultam de uma organização social que serve um pensamento

dominante, um sistema patriarcal, cujo braço direito é o capitalismo, e que assenta na

exploração de uns por outros, e, por isso, só quando este sistema patriarcal for derrubado

poderemos, enquanto humanidade, atingir plenamente a igualdade. Uma última nota para

perguntar: como é possível a União Europeia e a Comissão Europeia conviverem, sem encetar

qualquer ação mais propositiva, com Estados-Membros que atropelam flagrantemente os

direitos humanos das mulheres, como é o caso da Polónia e os retrocessos ao direito ao

aborto?»

Relativamente às questões colocadas e comentários tecidos, pronunciou-se, primeiro, Carlien Scheele,

afirmando que ficara com a ideia de que há um forte apoio em relação à necessidade de reconhecer o valor

económico dos cuidados e partilhando a sua expectativa de que os planos de recuperação e resiliência possam

servir para alcançar o objetivo de sair da pandemia com as mulheres a assumir um papel mais relevante nas

sociedades, integrando efetivamente a dimensão de género e monitorizando devidamente os planos nacionais,

nomeadamente através dos indicadores fornecidos, e não os usando apenas como check list.

De seguida, Concha Andreu agradeceu as mensagens inspiradoras e lembrou que a União Europeia é líder

mundial a nível da igualdade de género, mas que, apesar disso, os progressos são lentos, daí a necessidade

de reagir. Manifestou a sua esperança na Estratégia de Igualdade de Género, entendendo que os municípios e

regiões têm de participar nesse processo, e defendeu que as mulheres têm de estar presentes na reconstrução

da Europa e no debate sobre o futuro, afirmando que todos temos de ter noção de que a igualdade de género é

algo a que jamais podemos renunciar.

Por fim, Isabelle Loeb referiu que o setor da saúde, na Bélgica, é liderado, no terreno, por mulheres, mas

que a gestão está sobretudo nas mãos de homens. Defendeu a relevância de ter cada vez mais mulheres

presentes nos órgãos de decisão em todas as áreas dos hospitais. Notou que a crise mostrou como a maior

parte dos profissionais de saúde são mulheres, jovens, com crianças pequenas e que sofreram muito com a

pandemia. Afirmou a sua convicção de que as mulheres venham a participar ainda mais na organização das

profissões do setor da saúde, que são carreiras difíceis, mas nas quais as mulheres são pilares.

Frances Fitzgerald agradeceu o apoio técnico e as partilhas de todos, considerando muito enriquecedora a

troca de impressões que ocorrera.

3. Sessão de Encerramento

Devolvida a palavra à anfitriã, Evelyn Regner agradeceu todas as participações e passou de imediato a

palavra a Helena Dalli, a primeira Comissária Europeia para a Igualdade.

Helena Dalliobservou que o Dia Internacional da Mulher aconteceu um ano após o vírus ter assolado o

mundo, dando conta de que, na altura, se sentiram de imediato as consequências, sobretudo pelas mulheres