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existe desigualdade de género em todos os países mediterrânicos, onde homens e mulheres

teriam uma representação desigual no parlamento, governos e vida política.

Por fim, partilhou algumas das conclusões da ONU e do Instituto Europeu para a Igualdade

de Género, nas quais salientavam que seria necessário que todas as políticas económicas tenham

em conta uma perspetiva de género a fim de garantir que os objectivos e progressos já alcançados

não se percam.

Susana Pavlou, Directora do Instituto Mediterrânico de Estudos de Género, realizou uma

apresentação centrada no impacto das medidas de encerramento e da pandemia sobre o trabalho

não remunerado das mulheres. Globalmente, as mulheres e raparigas eram responsáveis por 75%

dos cuidados não remunerados e do trabalho doméstico em lares e comunidades. Aconselhou os

Estados-Membros da APM e a UE a considerarem a criação de um projeto que desenvolva

estatísticas desagregadas por género do trabalho não remunerado e remunerado, como base para

um novo cálculo do Produto Interno Bruto (PIB).

Com uma iminente crise económica global, as mulheres seriam provavelmente as primeiras a

serem despedidas e as últimas a serem recontratadas para o mercado de trabalho. Logo, era mais

provável que as mulheres fossem colocadas em empregos a tempo parcial, flexíveis e mal

remuneradas.

A crise da Covid-19 teve um impacto diferente nos géneros. As mulheres, particularmente as

mais vulneráveis aos impactos económicos negativos e sociais, tais como as mães solteiras, as

mulheres de cor, as migrantes, as refugiadas e as oriundas da classe trabalhadora. Outra questão

era o elevado número de mulheres migrantes que trabalham no sector dos cuidados informais da

UE, que devido à pandemia, verificaram uma redução de horas de trabalho. Consequentemente,

como não estavam inscritos na Segurança Social, não eram elegíveis para o subsídio de

desemprego ou quaisquer benefícios que vinham do Estado durante a pandemia.

A última apresentação deste painel foi realizada pela Alice Frade, Directora da Organização

Não Governamental P&D Factor - Cooperação em População e Desenvolvimento, que salientou os

desafios existentes requereriam mais coragem e determinação por parte dos decisores políticos e

representantes. Também sublinhou como o confinamento imposto pela pandemia afetou

principalmente as mulheres e raparigas jovens e levou a uma redução da fiabilidade dos serviços

de saúde, proteção social e medicamentos sexuais e reprodutivos e ao aumento da taxa de

casamentos forçados, desemprego e migrações. Assim, seria urgente o empenho dos

parlamentares na luta contra a desigualdade através de investimentos maciços em educação e

cuidados de saúde, tais como, por exemplo, os programas de planeamento familiar.

Após as apresentações, seguiu-se um espaço de intervenção das delegações, em que

participaram as delegações Argélia, Croácia, Marrocos, Grécia, Malta e Portugal.

II SÉRIE-D — NÚMERO 23 _______________________________________________________________________________________________________________

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