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20 DE JANEIRO DE 2025

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para essas comunidades, com grande ênfase na educação como ferramenta de fortalecimento cultural e social.

No final das intervenções a moderadora, Katalin Szili,lançou algumas questões aos oradores,

nomeadamente:

− o que consideram ser importante para que o património cultural sobreviva por longos períodos;

− se as medidas que foram sendo referidas são capazes de manter a situação demográfica destas minorias

ou se, apesar destas medidas, se tem assistido a uma redução;

− que novas medidas poderiam ser apresentadas para a proteção destas minorias;

− se nos seus países, à semelhança do que sucede da Hungria, as minorias também são vistas como partes

constituintes do Estado.

Para responder interveio Tuomas Aslak Juuso que destacou a importância de proteger o património cultural

e o sistema de conhecimentos que permite compreender e interagir com a natureza, a pesca e a caça, elementos

essenciais para preservar práticas e conhecimento tradicionais e impulsionar o desenvolvimento económico.

Considera que para uma proteção efetiva é fundamental garantir vastas áreas territoriais adequadas a essas

atividades. Ressaltou que o diálogo direto e a consulta aos grupos envolvidos são indispensáveis, assim como

a vontade política de reconhecer e respeitar as visões e perspetivas próprias de cada povo sobre a preservação

da cultura e da língua. Lamentou que o acordo estabelecido entre Noruega, Suécia e Finlândia para a criação

de um grupo de trabalho linguístico focado na padronização linguística tenha sido interrompido devido a

mudanças de Governo, destacando a necessidade de uma vontade política estável e duradoura.

Tomou de seguida a palavraMadlena Mahling que mencionou um questionário realizado dois anos antes,

o qual revelou uma forte ligação entre a língua e a autoidentificação, ressaltando que a preservação linguística

deve ser o foco principal dos esforços de proteção cultural. Também enfatizou o papel essencial das tradições

e costumes, que unem as pessoas e estruturam a vida em comunidade. Alertou, porém, que essas tradições

não devem ser excessivamente rígidas, pois isso pode gerar demasiada pressão sobre a vida pessoal e levar

ao afastamento das comunidades. A esse respeito mencionou uma discussão entre mulheres sorábias sobre os

trajes tradicionais, na qual as jovens assumiram preferir usar elementos separados desses trajes, combinando-

os com roupas modernas. Essa prática permite que expressem a sua identidade cultural sem se sentirem

isoladas da maioria à qual também pertencem.

Paul Videsott esclareceu que o crescimento das minorias na região do Bolzano se limita aos vales da região

autónoma, pois fora dessa área as comunidades têm diminuído, reforçando a ideia de que a autonomia é um

instrumento muito eficaz para preservar um grupo minoritário. Enfatizou a importância da transmissão da língua,

argumentando que sem uma base cultural linguística sólida, as tradições rapidamente se tornam elementos de

museu. Para garantir que estas minorias e a sua cultura permaneçam no Século XXI e no futuro, estão

empenhados em integrar as suas línguas em ferramentas de inteligência artificial e de tradução, consideradas

os «novos lápis» deste século. Ressaltou que é crucial que as línguas minoritárias não sejam excluídas das

tecnologias modernas.

Erika Kiss-Köles explicou que acomunidade eslovena na Hungria tem trabalhado ativamente para preservar

o seu património cultural, promovendo iniciativas que integram métodos tradicionais com o conhecimento

moderno, como a reanimação dos antigos moinhos. Esses moinhos, além de serem símbolos do passado,

tornaram-se espaços para a produção de produtos locais que podem ser comercializados, criando uma ponte

entre a tradição e o desenvolvimento económico sustentável. Segundo os censos de 2022, houve um aumento

significativo de cerca de um terço na população que se identifica como parte da minoria eslovena, o que reflete

o impacto positivo das políticas húngaras voltadas para o apoio às comunidades minoritárias. Tal demonstra

que os esforços direcionados, como o incentivo à valorização cultural e o fortalecimento da identidade eslovena,

têm contribuído para o florescimento desta comunidade.

Lőrinc Nacsa referiu que a preservação das comunidades e do seu património cultural apenas requer o uso

estratégico de recursos, valorizando o que se denomina de «inteligência simples», ou seja, abordagens práticas

e acessíveis que não dependem da inteligência artificial para alcançar resultados significativos. Contudo, para

garantir que este património não fique limitado ao passado ou relegado a um museu, é essencial apostar na

digitalização. Esta prática não só preserva a herança cultural, mas também a transforma numa memória viva,