O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

II SÉRIE-E — NÚMERO 9

4

Os mosaicos e as FGC têm objetivos distintos, respetivamente mitigação à escala da paisagem e

contenção de incêndios em localizações estratégicas ou defesa de valores locais ou dispersos (Quadro 1).

Enquanto os mosaicos alteram o comportamento e efeitos do fogo independentemente das operações de

combate, o desempenho das FGC é praticamente indissociável daquelas. Dada a dificuldade em implementar

tratamentos em mosaico à escala desejável, tem sido advogada a intervenção em pontos estratégicos de

gestão (PEG), uma versão minimal da estratégia em mosaico em que a localização dos tratamentos é

planeada de forma a causar a máxima disrupção possível na propagação de um incêndio [6].

Quadro 1. Características das estratégias espaciais de gestão de combustíveis. Adaptado e simplificado [7]. FGC, faixas de gestão de combustível; PEG, pontos estratégicos de gestão de combustível

2.1 – As faixas de gestão de combustível

Os resultados da gestão linear de combustíveis não se podem dissociar das condições de propagação do

fogo na sua envolvente. Não se espera em geral que as FGC e as FIC impeçam, por si só, a propagação do

fogo, dado que quase sempre estará presente alguma vegetação que permitirá a propagação do fogo. As FGC

da rede primária (125 m de largura por definição), ou outras faixas com largura razoável (30 m ou mais),

podem constituir zonas de ancoragem para os meios de combate impedirem o avanço do fogo, por combate

direto ou indireto. Se ocorrerem focos secundários de média ou longa distância, que estão associados a fogos

mais intensos, a eficácia das FGC será comprometida bem como, potencialmente, a segurança das forças de

combate. Faixas mais estreitas das redes secundária e terciária, com as larguras preconizadas para a rede

viária ou as linhas de transporte de energia (5-15 m) serão muito facilmente atravessadas pela frente de

chamas ou transpostas por projeções de curta distância e em geral assegurarão a segurança dos operacionais

de combate apenas em caso de intensidade do fogo reduzida (Figura 1).

Figura 1. Distâncias mínimas a respeitar numa FIC ou FGC para que, em função do comprimento da chama, constitua (i) uma barreira

à propagação do fogo [8], assumindo que a propagação não é possível na faixa e que o fogo não a transpõe (por projeções) [9]; e (ii) não comprometa a segurança dos operacionais de combate. No segundo caso as distâncias são por defeito, uma vez que apenas é

considerada a radiação, sendo que a largura da faixa deverá ser pelo menos o dobro daquela distância se os operadores estiverem a meio da faixa. “Controlo” refere-se ao comprimento máximo de chama que está dentro da capacidade de extinção por ataque direto e

meios terrestres [10].