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66 | II Série GOPOE - Número: 010 | 18 de Novembro de 2011

dúvida, mas não tenho, neste momento, outra projecção para lhe dar. A única projecção de que dispomos, neste momento, é a que consta do Relatório que acompanha a proposta do Orçamento do Estado.
Sr. Deputado, gostaria também de recordar-lhe que o Governo não controla o desemprego.

O Sr. José Gusmão (BE): — Controla a política económica!

O Sr. Ministro de Estado e das Finanças: — O Sr. Deputado diz que o Governo não faz nada para controlar o desemprego. Sr. Deputado, o desemprego não é uma variável da nossa economia que dependa da acção do Governo e que este possa controlar, como controla a receita ou a despesa. Não!

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Lembra-se de um cartaz que falava em 155 000 empregos?

O Sr. Ministro de Estado e das Finanças: — Sabemos que o desemprego resulta do funcionamento e do comportamento da economia no seu todo, mas chamo a atenção para o facto de que, neste domínio, o Governo tem levado a cabo políticas — de formação, políticas activas de emprego, etc. — que procuram, com certeza, apoiar o regresso dos desempregados à vida activa, a par, obviamente, do apoio que lhes é dado no domínio do subsídio de desemprego.
O Sr. Deputado diz que não ouve o Governo falar sobre o desemprego, mas já me ouviu, nesta Comissão, dizer, e dizer de uma forma clara, que entendo que este é, de facto, o problema mais sério da nossa economia, pelas implicações sociais que tem, pois mexe com as pessoas, afecta as pessoas, e temos consciência disso.
Sr. Deputado, quanto às questões que suscitou no âmbito das medidas que referi na minha intervenção para cobrir a perda de receita que resulta do acordo com o PSD, em particular quanto à segurança social, o Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social apresentou — aliás, não sei se já foi disponibilizado à Comissão ou não, mas irá apresentá-lo porque o prazo está a terminar — um orçamento, uma conta da segurança social revista, reflectindo as alterações que incorporam a melhoria que referi no âmbito do orçamento da segurança social.
Quanto às privatizações, na pág. 165 do Relatório o Sr. Deputado tem a indicação das empresas que vão ser privatizadas.

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — E vão ser todas em 2011?

O Sr. Ministro de Estado e das Finanças: — O Governo privatizará estas empresas dentro do calendário que aqui está definido, que é o horizonte do PEC, e não vai limitar a sua capacidade de gestão e de decisão quanto ao momento mais oportuno em que deve fazer essas operações.

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Quando?

O Sr. Ministro de Estado e das Finanças: — O Governo fará estas privatizações que estão aqui enunciadas e identificadas quando muito bem entender que tem condições para isso e que as condições são as melhores para fazer estas operações. Por isso, não vou dizer-lhe nem vou antecipar, neste momento, decisões que são não só minhas mas, sim, do Governo, porque o acto de privatização é uma decisão do colectivo, do Governo, não é estritamente do Ministro das Finanças. Não vou limitar a capacidade do Governo de decidir qual é o momento mais propício, atentas as condições de mercado, para fazer estas operações.
Elas estão no Relatório, estão identificadas, é isto que vamos fazer, e fá-lo-emos no momento que entendermos mais indicado.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado Honório Novo.

O Sr. Honório Novo (PCP): — Sr. Presidente, Sr. Ministro, em Bruxelas, repetiu aquilo que tem dito ultimamente, isto é, diz que Portugal é diferente da Irlanda e que não tem de ser contagiado nem pela Grécia nem pela Irlanda. Sr. Ministro, quero chamar-lhe a atenção para o facto de o ministro espanhol ter dito